A comitiva formada por representantes do setor turístico, comunidades quilombolas, entidades de classe, prefeitos e vereadores de Mateiros, São Félix e Ponte Alta do Tocantins fizeram um protesto no Palácio Araguaia no fim da manhã desta quinta-feira, 2, contra a concessão do Jalapão, já autorizada por Lei e com consulta pública marcada para o dia 30 deste mês. Gritos de protesto e fogos de artifício da manifestação puderam ser ouvidos durante a coletiva do secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Quaresemin, e do BNDES para esclarecer pontos da proposta.
Empurrado de cima para baixo
Presidente da Associação Tocantinense de Turismo Receptivo, Fernando Torres expôs que a insatisfação do grupo é a falta de transparência no processo. “A gente entende que a concessão é boa, deve vir, uma vez que o Estado não consegue gerir as unidades. […] Aqui está sendo empurrado de cima para baixo. E sem a base, sem o povo que sustenta, isto não acontece. Temos pessoas com medo de perder trabalho, investimentos, simplesmente para dar ao capital estrangeiro? A gente não acha justo. Podemos empreender, temos capacidade e profissionais para isto”, disse à Coluna do CT.
Governo só vai escutar
O porta-voz do grupo também não demonstrou confiança no início das consultas públicas anunciadas para o dia 30. “O governo não tem diálogo. Nunca procurou nenhum dos representantes municipais, das entidades. Mais uma vez, este processo das audiências eles vão escutar, não chamou ninguém para discutir. É só mais uma manobra política”, afirma Fernando Torres, que projeta que a concessão ocorra já no início do ano.