O diretor de Formação Técnica e Qualidade Profissional do Sindicato dos Servidores Públicos (Sisepe), Max Atauhalpa Monteiro de Souza, acusa o presidente da entidade, Elizeu Oliveira, de retaliar membros da diretoria executiva que têm adotado uma postura crítica à gestão que chegou ao comando da entidade em meados do ano passado, após 15 de hegemonia de Cleiton Pinheiro.
TUDO AO CONTRÁRIO
Eleito com Elizeu Oliveira, Max Atauhalpa agora o questiona e adota um tom de oposição. “Nossa gestão veio para moralizar a questão do sindicato, dar transparência, e o que vem acontecendo é o contrário. Não está tendo as condutas morais que propomos na campanha”, afirmou.
INCOMODAMOS O PRESIDENTE
O principal questionamento de Max Atauhalpa é uma suposta falta de transparência. A entidade não estaria concedendo as informações solicitadas pelo grupo. “A gente tem pedido para acessar documentos, cartão corporativo, contratos de prestação de serviço, em específico os advocatícios. Nós adotamos uma postura de cobrança. Cobrar prestação de contas, atitudes mais enérgicas e com isto incomodamos o presidente, que se virou contra a gente”, argumenta.
SEM CONVOCAÇÃO PARA O TRABALHO
Conforme Max Atauhalpa, a retaliação aconteceu por meio da Portaria 15 de 2023. Elizeu Oliveira deixou quatro nomes da diretoria executiva de fora da convocação para trabalhar em maio, o que também os deixa sem a indenização mensal. Além de Max, não estão na lista: o vice-presidente do Sisepe, Roney Gomes; o diretor de Assuntos Parlamentares, Yguaran Rodrigues Reis; e a de Aposentados e Pensionistas, Lila Queiroz Amaral.
NÃO CUMPREM EXPEDIENTE CONFORME DETERMINA O ESTATUTO
Acionado, o Sisepe esclareceu que a ausência dos nomes na convocação para maio deve-se ao fato de “nenhum deles estar cumprindo expediente na forma que determina o estatuto”. “Inclusive, um desses diretores chegou a dizer que só iria para o sindicato quando o presidente solicitasse pessoalmente, algo que não foi necessário neste mês”, pontuou na nota. A entidade reforça que os jetons ainda serão pagos “sempre que houver reunião de diretoria ou outras atividades eminentes as suas pastas”. “O que eles deixaram de receber é o valor mensal, correspondente à atividade exclusiva e dedicação permanente para o Sisepe”, explica.
TRABALHO PERMANENTE CONTRA A PRÓPRIA GESTÃO
A nota não se limitou a esclarecer sobre a Portaria. O Sisepe fez questão de listar críticas contra os membros desta oposição interna. “Não é verdade que eles sofreram retaliação por estarem trabalhando corretamente. Pelo contrário, os diretores citados praticam um trabalho permanente contra a própria gestão”, dispara. A entidade vê nos pedidos de informação citados uma tentativa de mudar procedimentos de transparência e a assistência jurídica. “Iriam trazer profundos prejuízos aos servidores”, resume. Além disto, o sindicato também dispara – sem detalhar – que o líder destes diretores tentou tirar Elizeu Oliveira da presidência por duas vezes. “Dando um golpe ao sistema democrático”, argumenta, acrescentando ainda haver um trabalho de desfiliação de sindicalizados por parte do grupo. “O que, por si só, se configura como uma traição”, finaliza.
Leia a íntegra da manifestação do Sisepe:
1 – Em primeiro lugar, o Sisepe-TO deixa claro que os diretores que hora questionam as medidas administrativas seguem nos seus cargos e receberão os devidos jetons sempre que houver reunião de diretoria ou outras atividades eminentes as suas pastas;
2 – O que eles deixaram de receber é o valor mensal, correspondente a atividade exclusiva e dedicação permanente para o Sisepe. Isso ocorreu porque nenhum deles estava cumprindo expediente na forma que determina o estatuto. Inclusive, um desses diretores chegou a dizer que só iria para o sindicato quando o presidente solicitasse pessoalmente, algo que não foi necessário neste mês.
3 – Não é verdade que eles sofreram retaliação por estarem trabalhando corretamente. Pelo contrário, os diretores citados praticam um trabalho permanente contra a própria gestão, tentaram mudar procedimentos de transparência e buscaram modificações na assistência jurídica que iriam trazer profundos prejuízos aos servidores filiados. Além disso, são liderados por uma pessoa que tentou, sem motivo, assumir o lugar do presidente em pelo menos duas oportunidades, dando um golpe ao sistema democrático. Para completar, um desses diretores vem promovendo trabalhos para buscar DESFILIAÇÃO de sindicalizados, o que, por si só, se configura como uma traição contra a entidade.
Por fim, Sisepe-TO reforça que sempre estará ao lado do servidor público, defendendo os interesses da coletividade, em busca de melhorias para aqueles que constroem o Estado. Ao mesmo tempo, lamenta a atuação permanente de pessoas malintencionadas que, de forma corriqueira, buscam prejudicar o sindicato.