Acusado de assédio moral e sexual a companheiras de trabalho, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Reginaldo Leandro da Silva, recebeu pedido de afastamento da Defensoria Pública do Tocantins (DPE). A informação é do Jornal do Tocantins. Segundo o veículo, a decisão do órgão veio de parecer conclusivo em processo que ouviu as vítimas denunciantes. A DPE ainda defendeu ao Ministério Público (MPE) que a saída do militar do comando da corporação vai dar “isenção e tranquilidade” para a apuração.
Conforme o site, a DPE entende que a presença de Reginaldo Leandro à frente dos Bombeiros é o suficiente para intimidar e silenciar as vítimas. No parecer, destaca o Jornal do Tocantins, há indícios de que integrantes da corporação impediam a realização de denúncias e que estratégias como uma reunião só com mulheres eram feitas como forma de abafar o caso, logo após surgir os primeiros indícios de assédio.
Há casos relatados no parecer que remontam a 2019. Conforme o jornal, uma das denunciantes afirma que após os casos de assédio acabou diagnosticada com depressão, se afastou, mas, ao retornar, voltou a ser vítima. Ela admite até ter tentado suicídio devido aos episódios. Outro diz ter recebido “um tapa na bunda” de um colega de trabalho, porém, ao relatar o abuso, foi a única punida.
Conforme conta o jornal, a defensora à frente do caso, Franciana di Fátima, afirma que os casos são graves e que lhe chama a atenção o alto índice de adoecimento psicológico.
O caso corre em sigilo, mas a Defensoria Pública conta em nota que ouviu as mulheres denunciantes e abriu Preparatório para Propositura de Ações Coletivas. Concluídos os pareceres, o órgão os enviou ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Corregedoria da Polícia Militar.
Leia a íntegra da nota da DPE:
“NOTA
A Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) informa que recebeu denúncias sobre o assunto em janeiro deste ano por meio do Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem). Na ocasião, abriu Procedimento Preparatório para Propositura de Ações Coletivas (Propac) a fim de apurar o caso e dar os encaminhamentos necessários.
O Nudem ouviu as mulheres denunciantes e seguiu com os trabalhos do Propac, encaminhando pareceres ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Corregedoria da Polícia Militar. Porém, o referido Núcleo não pode dar mais informações sobre o caso porque o mesmo corre em sigilo na Instituição a fim de garantir que investigações continuem de forma transparente, segura e sem qualquer interferência.”