A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, 22, a operação para dar início à etapa ostensiva de investigação criminal que tem por objetivos esclarecer sobre a existência e a atuação de organização criminosa dedicada à extração, comercialização e exportação ilegais de ouro extraído de reservas indígenas e unidades de conservação federal, bem como à lavagem do dinheiro, bens e ativos de origem ilícita. A nova ação foi batizada de “Bullion” e é um desdobramento da Operação “Kukuanaland”, deflagrada em fevereiro deste ano.
MANDADOS
Dezessete mandados de busca e apreensão expedidos pela Subseção Judiciária de Gurupi são cumpridos por equipes policiais federais em Goiânia, São Paulo e em cinco municípios do Pará. Além disso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) realizou fiscalização ambiental de forma coordenada com o trabalho de investigação criminal.
EXTRAÇÃO DE MINÉRIO EM ÁREAS PROIBIDAS
Durante o inquérito, a Polícia Federal identificou a possível existência de grupo criminoso, cujo modo de agir passa pelas seguintes atividades ilegais: extração do minério de áreas proibidas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e subsequentes transporte, comercialização e exportação do ouro ilegal. A corporação investiga a hipótese de que o ouro extraído ilegalmente de reservas indígenas e unidades de conservação federal vinha sendo “esquentado”, mediante documentos ideologicamente falsos, nos quais o grupo declarava origem diversa da real, como se o metal tivesse sido extraído de área autorizada.
EXPORTADO PARA ESTADOS UNIDOS, ITÁLIA E EMIRADOS ÁRABES
O ouro extraído ilegalmente no Pará, em grandes garimpos do grupo criminoso na divisa com a Terra Indígena Kayapó, em Bannach (PA), vinha sendo exportado para empresas dos Estados Unidos, Emirados Árabes e Itália. A partir das medidas judiciais executadas na data de hoje, a Polícia Federal pretende identificar os principais colaboradores e integrantes da organização criminosa, recuperar ativos financeiros para a União e estancar atuação do grupo.
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
Entre os principais suspeitos e indiciados, a PF identificou garimpeiros ilegais, compradores de ouro, “laranjas”, e indivíduos que assumiram empresas do grupo criminoso ou receberam recursos milionários, além de outros que de alguma forma participaram de crimes no interesse do grupo.
CRIMES
Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes contra a ordem econômica – usurpação; pesquisa/lavra/extração de recursos minerais sem autorização/permissão/concessão ou licença; lavagem de bens, dinheiro e ativos; falsidade ideológica e pertencimento a organização criminosa, cujas penas somadas, podem chegar a vinte e nove anos de reclusão.
BATISMO
“Bullion” é o nome que se dá a barras de ouro puro de 1 quilo, e foi escolhido para identificar esta Operação Policial como alusão ao metal ilegalmente apropriado pela organização criminosa.