O reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), professor Luis Eduardo Bovolato, se manifestou na tribuna da Assembleia na manhã desta quarta-feira, 15, durante protesto contra o contingenciamento de recursos da educação pelo governo Bolsonaro. Ele afirmou que os cortes têm um impacto direto no funcionamento e manutenção da UFT.
Segundo Bovolato, no atual cenário, os recursos que a universidade dispõe podem durar apenas mais dois meses e meio. “Trazemos essa mensagem aos nossos representantes, para que possam nos ajudar. Nossos recursos, com o corte, ficaram em R$ 24 milhões, fora o que já foi empenhado e despesas adquiridas, restam R$ 9 milhões, e temos um custo de cerca de R$ 4 milhões/mês. Ou seja, temos como custear mais dois meses e meio, no máximo. O que vamos fazer depois disso? O sistema federal de ensino pode parar”, avisou.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintet-TO), José Roque, destacou que os cortes também poderão chegar na educação básica e infantil. “Sem educação vamos ter que abrir mais presídios. Nossos jovens vão sofrer por falta de oportunidade e isso irá afetar toda a sociedade”, avaliou.
A grande manifestação contra os cortes na educação movimentou a entrada da Assembleia. A iniciativa de fraquear a tribuna a líderes da manifestação partiu do deputado estadual Ricardo Ayres (PSB), que é oriundo do movimento estudantil. Ele um requerimento para que a sessão ordinária fosse suspensa e os representantes da manifestação pudessem usar a Tribuna da Casa de Leis para expressar seus posicionamentos.
Todos representantes presentes afirmaram que os cortes feitos pelo Ministério da Educação inviabilizarão o ensino superior federal no País.
Balbúrdia
Para Ayres, os cortes atingem, em sua maioria, às pessoas que mais precisam. Ainda segundo ele, é preciso que todos se unam contra essa medida que “irá prejudicar todo o Brasil”. “Eles cortam os recursos e falam em balbúrdia nas universidades, mas se não fosse a balbúrdia que fizemos com o SOS Unitins, não teríamos universidades públicas no Tocantins. A educação é o futuro e não podemos abrir mão dela. É com educação pública e gratuita que o filho do pobre consegue virar doutor neste País”, defendeu Ayres.
Decreto de iniciativa popular
O deputado levantou a proposta de que todos se unam em prol da criação de um decreto legislativo de iniciativa popular para revogar os cortes na educação feitos pelo MEC. “Conclamo os estudantes que estão nas ruas, a todos, para possamos fazer surgir aqui do Tocantins um ato popular que tenha força para impedir esse retrocesso que estamos presenciando no nosso país”, sugeriu. (Com informações da assessoria de imprensa)