A Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma) realizou nessa quarta-feira, 27, mais uma etapa da Operação Expurgo para investiga suposta irregularidade em processo licitatório e de gestão referente à coleta e descarte de lixo hospitalar.
Policiais da Dracma e peritos oficiais cumpriram diligências na sede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), com a busca e apreensão de documentos referentes a processos licitatórios, perícia em equipamentos eletrônicos, extração de relatórios de execução financeira, orçamentária e gestão.
A ordem de busca e apreensão foi requerida pelo Ministério Público de Araguaína ao Poder Judiciário e os documentos coletados serão analisados pelas equipes daquela unidade especializada e peritos do Instituto de Criminalística da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Após conclusão, cópias dos documentos serão anexados ao procedimento investigativo referente à operação.
Ainda segundo a SSP, o material apreendido será submetido a análise investigativa e pericial pela Polícia Civil, sendo parte integrante do inquérito policial em andamento que apura supostas fraudes em licitações.
Entenda
A Sancil Sanantônio Construtora e Incorporadora foi contratada sem licitação pela Secretaria da Saúde do Tocantins (Sesau) para realizar serviços de coleta, transporte, tratamento e armazenagem de lixo hospitalar do Hospital Regional de Araguaína (HRA), com valores acima de R$ 500 mil mensais. A empresa tem entre os sócios o advogado João Olinto, pai do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB).
Em novembro do ano passado, a Polícia Civil deflagrou a Operação Expurgo, que descobriu 180 toneladas de lixo hospitalar armazenadas irregularmente em um galpão do deputado estadual no Distrito Agroindustrial de Araguaína (Daiara). A Sesau rescindiu o contrato com a Sancil após as investigações. Mais resíduos ainda seriam encontrados enterrados em uma fazenda da família Olinto em Wanderlândia, na região norte do Estado.
Apontados como figuras centrais do esquema, os advogados João Olinto e Luiz Olinto Rotoli – pai e filho – já foram indiciados por associação criminosa e falsidade ideológica, além de crimes ambientais. Outras quatro pessoas e as empresas Sancil, Agromaster, Teruak e Pronorte também foram indiciadas.
O próprio inquérito que os indiciou membros da família Olinto expôs que, pelo fato da Sancil ter sido contratada sem licitação pelo governo estadual para tratar do lixo hospitalar dos hospitais regionais de Araguaína, Porto Nacional e Gurupi, cópia do inquérito foi enviado para a Dracma para que seja apurado possíveis delitos previstos na Lei de Licitações.
A ação dessa quarta-feira, 27, foi primeira movimentação da Dracma no âmbito da Operação Expurgo.