A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 6, a operação Midas do Cerrado, com o objetivo de investigar organização criminosa que há mais de dois anos vem se utilizando das redes sociais para obter lucros milionários, em detrimento de vítimas que são induzidas a acreditar em investimentos altamente lucrativos, com retorno podendo chegar a 10% ao dia, em um típico esquema de pirâmide. São sete mandados de busca e apreensão e 10 medidas cautelares de prisão em Palmas e Porto Nacional. A ação envolveu mais de 30 agentes.
Lucro em cima do prejuízo das vítimas
A investigação começou no início em 2021, sendo que, após extenso trabalho investigativo, verificou-se que os suspeitos praticavam diversos crimes, autointitulando-se Traders, como se fossem investidores acima da média, quando não o eram. O grupo utilizava uma plataforma que tem sede nas Ilhas Seychelles e não possui autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar no Brasil. Além disso, usava robôs, operando em contas de terceiros, praticando um sistema de pirâmide para lucrar em cima do prejuízo de diversas vítimas, que lhes seguiam e repassavam dinheiro para que fosse investido, acreditando em ganhos estratosféricos prometidos pelos investigados.
Alto padrão de vida ostentado
O grupo criminoso fazia propaganda e ostentava um alto padrão de vida nas redes sociais, com fotos de carros com valores próximos a R$ 1 milhão, buscando novas vítimas que viessem para a base da pirâmide. A operação deflagrada visa proteger o Sistema Financeiro Nacional, as instituições púbicas, bem como garantir o ressarcimento das vítimas, sendo que os valores envolvidos, em uma análise inicial, podem ultrapassar os R$ 10 milhões. As penas dos crimes cometidos passam de 25 anos de reclusão. O nome – Midas do Cerrado – faz alusão ao emblemático personagem da mitologia grega, cujo principal atributo seria conseguir transformar em ouro tudo aquilo que tocava.