O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, esteve em Palmas nesta segunda-feira, 20, e cumpriu agenda ao lado do governador Mauro Carlesse (PSL). Além de participar de reuniões com o secretariado e conhecer o programa “Tocando em Frente”, o executivo concedeu entrevista à imprensa para falar do processo de concessão dos serviços turísticos do Jalapão.
Jalapão é uma das joias da coroa
Gustavo Montezano esclarece que o Parque Estadual do Jalapão é apenas um dos 50 ativos de uma carteira de concessões de serviços turísticos que abrange áreas que somam quase 3 milhões de hectares. O presidente do BNDES ainda coloca a região como uma das “joias da coroa” do projeto, que teria três principais objetivos: a preservação ambiental, o desenvolvimento da cadeia de turismo e das comunidades impactadas. “A gente vê um potencial não só no Tocantins, mas no Brasil inteiro. […] A viagem que mais cresce e mais vai crescer é o turismo de natureza. Agora, a gente tem que se estrutura”, reforçou com dados da Organização Mundial de Turismo.
Ajuda na preservação e investimento em estrutura turística
Como exemplo do cumprimento destes três objetivos, o presidente do BNDES cita que o operador que vir a ganhar a concessão dos serviços turísticos terá obrigação contratual de apoiar o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) com equipamentos e logística para que a fiscalização seja facilitada, a instalação de brigada para combater os incêndios; destaca os investimentos que serão feitos em estrutura turística, como guias, instalações, divulgação dos atrativos locais e da região, entre outros.
Projeto bem sucedido apenas com comunidades engajadas
Gustavo Montezano fez questão de dar destaque à questão do desenvolvimento regional, citando-o como “objetivo prioritário” da concessão. Impactados como os quilombolas e os guias tem manifestado insatisfação com o tema. O presidente do BNDES defende a importância da população local em todo o processo. “A única forma de ser bem sucedido em termos de visitação e experiência são com as comunidades engajadas. O turista quer ver tanto o ativo natural, físico, ou tangível; como o intangível: a cultura, o artesanato, a história, as canções”, ilustra.
Comunidades serão sócias
O presidente do BNDES ressalta que além da obrigação dos investimentos em estrutura turística e em apoio à fiscalização ambiental, o operador também deverá aplicar parte da arrecadação na parte social. “As comunidades já vão nascer como sócias dos empreendimentos. Parte da receita será mandatoriamente distribuída em políticas sociais. Então, a comunidade é sócia não só de forma indireta, porque também ganha com visitação, com o desenvolvimento; mas também vai ter recurso financeiro diretamente proporcional à receita gerada pelos ativos”, argumenta. Conforme o executivo, este percentual que será revertido em ações ainda está em estudo.
Participação na consulta pública
Diante deste contexto, Gustavo Montezano fez um apelo para que as comunidades envolvidas “falem o que pensam” na parte da consulta pública, que será aberta no dia 30 de setembro e terá duração de um mês. O presidente do BNDES revelou que visitou a região do Jalapão, ficando lá por dois dias. “Falei com prefeitos, secretários, donos de hotel, operadores de turismo, artistas… Para mim está claro que a visão é a mesma, Jalapão desenvolvido, ambientalmente sustentável e que dê mais riqueza para quem mora lá. E este é objetivo do projeto”, defendeu.
Coragem para dar o pontapé inicial
O governador Mauro Carlesse (PSL) fechou a coletiva saindo em defesa do processo de concessão, citando que o projeto “só vai trazer benefício para a comunidade”. “Tem que dar o primeiro pontapé e nós estamos tendo a coragem de fazer, porque é o melhor para o Tocantins”, destacou. O chefe do Executivo também destacou as ações de titulação de terras, entre elas da comunidade Barra da Aroeira; e a estrada na região do Jalapão.