O núcleo norte da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (DEIC) cumpriu na manhã desta terça-feira, 19, mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e profissionais de Arnaldo Alves Nunes, em Araguaína. Secretário da Saúde na última gestão do ex-governador Siqueira Campos (DEM), o médico é investigado por acumular o cargo público, apesar de exercer posição em hospital particular. A ação foi deflagrada após recebimento de denúncias anônimas..
A Polícia Civil constatou que Arnaldo Nunes é servidor efetivo do Estado desde julho de 1994 e chegou não só a ocupar o cargo de secretário, como também a presidir a Federação das Santas Casas Hospitais Filantrópicos e Entidades Beneficentes do Tocantins. Atualmente, o médico encontra-se lotado no gabinete do secretário da Saúde, em Palmas, pelo menos desde setembro de 2016, não obstante exercer a função diretor-técnico do Hospital e Maternidade Dom Orione, em Araguaína
Assim, a DEIC oficiou a Secretaria da Saúde do Tocantins (Sesau) e constatou que o investigado não possui frequência no referido órgão, mesmo recebendo normalmente seus vencimentos que perfazem o valor de R$ 32.634,00 mensais.
“Comprovado o vínculo trabalhista com a referida entidade privada, através das buscas realizadas nesta terça, somada a ausência deliberada na prestação do serviço público, a Polícia Civil entende que restará configurado o crime de peculato, pois, nessa situação específica, Arnaldo Alves apropriou-se de dinheiro público, de forma dolosa, em razão do cargo ocupado, cuja pena é de dois a doze anos de reclusão cumulada com a perda do cargo”, diz nota.
Nos cálculos da corporação, o prejuízo financeiro aos cofres públicos pode ultrapassar a soma de R$ 1 milhão além do dano causado à saúde pública do Estado, tendo em vista a carência de médicos para o atendimento à população.