A Federação Tocantinense de Futebol (FTF) respondeu no site oficial o artigo do ex-prefeito de Pedro Afonso, Tom Belarmino, publicado pela CCT, em que critica ausência de alternância de poder na entidade e lembra do episódio em que ficou na presidência da mesma por apenas 20 dias, até ter a eleição questionada.
ELEIÇÃO FRAUDULENTA
Em reação ao artigo, a FTF defende que a eleição que resultou nesta presidência de 20 dias foi “fraudulenta”. “Até atletas votaram, em total desacordo com o estatuto da entidade, referendada provisoriamente por uma decisão política”, argumentou.
CAUSOU PREJUÍZO
A FTF passa a criticar a curta gestão de Belarmino. “Causou grande prejuízo aos cofres da entidade, utilizando os poucos recursos financeiros existentes na conta da Federação. Não devolveu os valores desviados, que, sem atualização, ultrapassam R$ 200 mil, conforme decisão judicial transitada em julgado”, acrescenta.
COMO COGITAR MUDANÇA APÓS TAMANHA FRUSTRAÇÃO
Por fim, a nota aproveita para elencar uma série de processos respondidos por Tom Belarmino, não só no âmbito da FTF, mas também como prefeito. A entidade encerra com provocação. “Como os verdadeiros desportistas do Tocantins poderiam cogitar uma mudança de comando, após tamanha frustração e decepção com uma pessoa sem escrúpulos, sem compromisso com a responsabilidade e com a honradez? Em apenas 20 dias de mandato, ele deixou um legado de prejuízo irreparável ao futebol tocantinense”, afirma.
TENTATIVA DE DESQUALIFICAÇÃO NÃO APAGA A CRÍTICA LEGÍTIMA
A tréplica de Tom Belarmino também veio em nota. O ex-prefeito reforçou os questionamentos feito no artigo. “Nenhuma tentativa de desqualificação pessoal apagará a essência da crítica legítima que tenho feito: a FTF perdeu sua função de fomentar, organizar e valorizar o futebol do Tocantins, transformando-se em um ambiente fechado, com práticas de favorecimento, centralização de poder e ausência de transparência”, inicia o ex-prefeito.
CITAM PROCESSOS DE FORMA SELETIVA E SENSACIONALISTA
Tom Belarmino afirma que recorrer a ataques tem se tornado o “padrão” da entidade, que “prefere calar a oposição a abrir diálogo”. Em seguida, o ex-processo minimiza os processos judiciais elencados pela federação. “Citam, de forma seletiva e sensacionalista. Estão todos devidamente respondidos na Justiça, muitos já com decisões favoráveis”, garante.
O QUE ESTÁ EM JOGO É O FUTEBOL TOCANTINENSE
A nota de Belarmino passa a reforçar as críticas à entidade, citando-a como um “cabide de empregos” para aliados e familiares; condena o fato de times da 2ª divisão não terem direito a voto; e a falta de alternância de poder. “Um sistema que, ao menor sinal de oposição, reage com ofensas, retaliações e tentativas de apagar reputações. O que está em jogo, porém, é maior que qualquer nome: é o futuro do futebol tocantinense. Um futuro que precisa de oxigenação, de abertura e de justiça para com aqueles que fazem o futebol acontecer, nos campos de terra, nos clubes pequenos, nas divisões de base”, argumenta.
Confira a nota de Tom Belarmino:
“Diante das acusações lançadas pela atual gestão da Federação Tocantinense de Futebol (FTF), reafirmo que nenhuma tentativa de desqualificação pessoal apagará a essência da crítica legítima que tenho feito: a FTF perdeu sua função de fomentar, organizar e valorizar o futebol do Tocantins, transformando-se em um ambiente fechado, com práticas de favorecimento, centralização de poder e ausência de transparência.
Recorrer ao ataque pessoal quando se é cobrado por mudanças estruturais revela, mais uma vez, o padrão de quem prefere calar a oposição a abrir diálogo. Os processos que citam, de forma seletiva e sensacionalista, são todos devidamente respondidos na Justiça, muitos já com decisões favoráveis. Quando estive à frente do Palmas Futebol e Regatas, prestei contas de minha gestão, inclusive conduzindo com êxito a negociação do jogador Lucas, que se tornaria atleta de grandes clubes brasileiros. Isso é gestão com resultado.
O debate, no entanto, precisa ir além de biografias. O verdadeiro problema está no modelo de gestão atual da FTF, que, com o tempo, se afastou dos clubes e da realidade do futebol tocantinense. A federação hoje parece mais um cabide de empregos, onde cargos são ocupados por parentes e aliados políticos, e o poder de decisão foi artificialmente redesenhado para favorecer quem já está no comando.
Os clubes profissionais da segunda divisão, por exemplo, sequer têm direito a voto. Já as ligas municipais, muitas delas criadas nos últimos anos, receberam dois votos cada, enquanto os clubes da primeira divisão têm apenas um. Um desequilíbrio gritante. O mais grave é que essas ligas, em boa parte, são presididas por pessoas próximas à cúpula da federação, com vínculos funcionais e possível remuneração, o que fragiliza a legitimidade do processo democrático.
Mesmo diante desse cenário, mantenho uma postura firme, mas responsável. Não tenho qualquer receio do enfrentamento. Nunca tive. Mas faço isso de forma correta, equilibrada e com coragem serena, sem jamais recorrer a ataques pessoais ou acusações levianas, como tem sido prática recorrente da FTF contra seus opositores. Faço oposição com inteligência e sabedoria, porque acredito que é assim que se constroem transformações verdadeiras e duradouras.
É um sistema que se organiza para impedir a alternância de poder. Um sistema que, ao menor sinal de oposição, reage com ofensas, retaliações e tentativas de apagar reputações. O que está em jogo, porém, é maior que qualquer nome: é o futuro do futebol tocantinense. Um futuro que precisa de oxigenação, de abertura e de justiça para com aqueles que fazem o futebol acontecer, nos campos de terra, nos clubes pequenos, nas divisões de base.
Não temo enfrentamentos, porque minha história é feita de lutas e reconstruções. Temo, sim, o silêncio diante das injustiças. E é por isso que sigo firme, com coragem, serenidade e esperança, defendendo um futebol que volte a servir aos atletas, aos clubes e à paixão do povo tocantinense.
Tom Belarmino”