O ano de 2023 certamente ficará marcado pela celebração do centenário de Ana Braga. Diversas homenagens estão acontecendo para registrar essa merecida comemoração. Destacamos a homenagem da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás: “Ano Cultural Centenário de Ana Braga”. Ainda nos idos de 1969, em conjunto com as imortais Rosarita Fleury e sua comadre, Nelly Alves de Almeida, deram os primeiros passos para a fundação da, hoje consolidada, AFLAG.
Ana Braga, desde o tempo em que estudava no tradicional Colégio Santa Clara, de Campinas, já se destacava como melhor aluna, oradora, lutadora pelas causas culturais e dava sinais que seria uma grande escritora, o que, com o passar dos anos, veio a se concretizar com a publicação de várias obras, dentre as quais cito: A Comunicação no Médio Norte Goiano; Nossa Senhora de Natividade, Padroeira do Tocantins; Dom Alano Maria Du Noday, Apóstolo do Tocantins; Minhas Lembranças na Expansão da Cultura Tocantinense; Nelly Alves de Almeida, Escritora e Amiga; Retalhos no Prelo; Saudação ao Governador Siqueira Campos, na Posse do seu Quarto Mandato; além de vários ensaios, conferências, pesquisas e discursos.
Nascida em um tempo de limitações para as mulheres, Ana Braga ousou ir além. Jovem ainda, mergulhou fundo na vida acadêmica e política, tornando-se a primeira mulher a sentar-se na Câmara de Vereadores de Goiânia (legislatura 1947/1951). Ascendeu ao cargo de deputada estadual por Goiás, na legislatura de 1959/1963.
Não obstante o seu envolvimento com a política, a sua grande paixão foi, e ainda é, a Educação, o Magistério e a Literatura. Sempre esteve ligada à área acadêmica; foi professora em diversos colégios e dedicou uma vida à Literatura. Atuou como professora do Lyceu de Goiânia, foi docente e secretária do Colégio Santa Clara de Campinas. Também ocupou a cadeira de Sociologia Educacional e História, do Instituto de Educação de Goiás. Foi secretária de Estado da Ação Social de Goiás; subsecretária da Cultura do estado do Tocantins; ocupante da Cadeira 31 da Academia Goiana de Letras; membro efetivo da Academia Porangatuense de Artes e Letras (APALE); membro efetivo – cadeira 20 da Academia de Letras, Ciências e Artes de Trindade (Goiás); idealizadora e membro da Academia Tocantinense de Letras, cadeira 02.
Venceu inúmeros concursos públicos, logrando inclusive os cargos de Juíza de Direito e Promotora de Justiça, posições que renunciou por não desejar afastar-se do aconchego familiar. Em sua jornada, foi aprovada para o cargo de Procuradora do Estado de Goiás, posição que ocupou até sua aposentadoria.
Além de sua ardorosa paixão pela educação, Ana Braga foi mãe zelosa de seus filhos: Edetina, Ana Luiza, Efigênia, Antônio Paulo, Fernando, Claudio e José Augusto. Seu amor incondicional nunca se diminuiu diante de suas numerosas ocupações.
Desde seu nascimento, em 1923, na cidade de Peixe, então Goiás e agora Tocantins, Ana Braga traçou um caminho de respeito e consideração, deixando a marca indelével de sua amizade onde quer que passasse.
No auge de seus 100 anos, ainda respira cultura. Os estados de Goiás, Tocantins e o Brasil reverenciam, aplaudem e felicitam a escritora, historiadora, geógrafa, pedagoga, filosofa, jornalista, advogada e política Ana Braga.
Expresso minha gratidão a Deus por permitir-me compartilhar de tão nobre convívio, que a mim trouxe vastos momentos de aprendizado e enriquecimento.
Receba, pois, Doutora Ana Braga, as nossas mais sinceras e efusivas congratulações! Que seus dias sejam sempre regados com o amor e o carinho que tão generosamente vem compartilhando ao longo de sua nobre jornada.
Com sincero respeito e admiração,
JOSÉ WAGNER PRAXEDES
Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins
