O Laboratório de Saúde Pública do Tocantins (Lacen) encerrou na quarta-feira, 25, o trabalho de catalogação das amostras de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), recolhidas após intervenção da Vigilância Sanitária, no Sicar e IPC Laboratórios. Alvos da Operação Nablus, da Polícia Civil, as duas empresas foram fechadas por irregularidades no funcionamento e tiveram os respectivos contratos com o Estado encerrados. No trabalho realizado pela equipe multiprofissional do Lacen, 1.590 amostras para exames anatomopatológicos e de imunohistoquímica, que estavam sob guarda do Sicar, em Palmas, foram listadas.
Por empresas que serão contratadas
Esses espécimes, de pacientes atendidos pelos hospitais estaduais, serão analisados por empresas a serem contratadas, de acordo com a Portaria publicada na terça-feira, 24, no Diário Oficial do Estado (DOE). A equipe técnica da Secretaria da Saúde (Sesau) já realiza busca por empresas com perfis e capacidade técnica para a efetuação das análises. “Os contratos a partir de agora também terão fiscalização múltipla, para que possamos evitar situações como as que estamos passando”, garantiu Afonso Piva, titular da pasta. Simultaneamente ao trabalho feito pelo Lacen e pelas empresas contratadas, a Sesau segue com o processo de licitação, para contratação definitiva dos serviços de anatomia patológica e imunohistoquímica.
Lacen antecipa rastreamento do câncer de colo de útero
Além das amostras encontradas em Palmas, o Lacen também catalogou 2.762 amostras de exames citopatológicos – rastreamento do câncer de colo de útero – recolhidos do IPC laboratórios, em Araguaína. O material será analisado pela equipe técnica do laboratório estadual. “Já vínhamos nos preparando para realizar os exames citopatológicos, com previsão inicial para atender parte das demandas dos 119 municípios pactuados para serviços terceirizados pela Sesau, a partir de agosto deste ano. Devido o ocorrido, agilizamos os processos e a partir da próxima semana iniciaremos as análises das amostras relacionadas ao rastreamento do câncer de colo de útero, dos 57 municípios que eram atendidos pelo IPC”, afirmou a diretora do laboratório, Jucimária Dantas. O tema também foi abordado na reunião extraordinária do Conselho Estadual da Saúde (CES) de quinta-feira, 26.
Estoque de medicamentos
A reunião do conselho também abordou a questão do estoque de remédios na rede. “O Tocantins possui atualmente 78% dos seus estoques de medicamentos e insumos. O Estado trabalha com uma lista de mais de 900 medicamentos padronizados, destes, em 2019, havia a falta de 20, hoje temos ainda a falta de cinco. Temos falta sim, situação que ocorre nacionalmente. A pandemia atrapalhou muito, os fornecedores não conseguem entregar, não querem participar dos processos licitatórios, na oncologia temos fornecedores exclusivos, patenteados, que muitas vezes só atende por demandas judiciais. O Estado tem planejamento de compra, mas vários entraves estão ocorrendo e buscamos todos os mecanismos jurídicos possíveis para garantir o abastecimento. A dipirona é um exemplo, a fábrica diz que os valores atuais não cobrem os custos e houve redução no fornecimento”, exemplificou o diretor de Suprimento Hospitalares da Sesau, Gileno Dias de Oliveira,