O Tocantins conseguiu aprovação para o primeiro Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), que contará com recursos provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o CNPq anunciaram a criação do INCT em Ecotoxicologia Terrestre no câmpus de Gurupi da Universidade Federal (UFT), sendo o primeiro do Brasil com essa temática, que estuda os impactos dos agrotóxicos no solo e os potenciais efeitos adversos na saúde humana.
ENTENDA
Criado em 2008, o programa INCT é um dos mais importantes programas de fomento a projetos de alto impacto científico em áreas estratégicas e/ou na fronteira do conhecimento, visando a solução dos grandes desafios nacionais e de formação de recursos humanos do país.
TOCANTINS PASSA A SER REFERÊNCIA
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt) expressou entusiasmo. “Com a implantação do INCT o Tocantins passa ser referência nessa área de estudo, já que é o primeiro do Brasil em ecotoxicologia terrestre, o primeiro a estudar a influência dos agrotóxicos nas doenças degenerativas. Esperamos que tenhamos sucesso na execução dessa proposta, que é muito importante para o Brasil, já que a compreensão dos fatores sobre o uso de agrotóxicos pode impactar positivamente não apenas na saúde do solo e da população, como também numa melhor produtividade”, pontuou.
CENÁRIO
Conforme a Fapt, a partir de 2008, o mercado brasileiro atingiu o primeiro lugar em consumo de agrotóxicos no mundo. O uso indiscriminado desses agrotóxicos tem despertado crescente preocupação, entre elas a possível correlação entre a exposição a essas substâncias e o aumento dos casos de autismo, síndrome de Down, assim como o crescimento de doenças degenerativas em idosos, incluindo o Mal de Parkinson e a Doença de Alzheimer. Diante desse cenário a avaliação ecotoxicológica dos efeitos de agrotóxicos emerge como uma ferramenta crucial. Os resultados poderão servir para orientar os produtores na utilização dos agrotóxicos, buscando uma melhor produtividade associada à qualidade dos alimentos.