Membro do movimento chamado “Brasil Vencendo a Covid-19”, o médico guaraiense José Maurício Batista esteve na comitiva que entregou na segunda-feira, 24, uma carta ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), para pedir o que chamaram de um protocolo de tratamento precoce para pessoas contaminadas com o novo coronavírus.
Uso de remédios sem eficácia comprovada
Conforme o médico, o “Brasil Vencendo a Covid-19” defende o uso da hidroxicloroquina, azitromicina, zinco e outros medicamentos na fase inicial da doença para torná-la mais branda. Acontece que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já questionou o uso da azitromicina e a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou a suspensão de estudos sobre hidroxicloroquina por falta de comprovação científica da eficácia destas substâncias.
Mais de 10 mil médicos
José Maurício Batista afirma que o movimento já conta com mais de 10 mil integrantes. O documento entregue a Bolsonaro, conforme o tocantinense, ainda pede que o governo federal reforce a prerrogativa da autonomia médica. “O grupo é composto por médicos voluntários, totalmente apartidários, que acreditam no modelo de atendimento precoce, estadiamento da doença e seguimento horizontal do paciente”, comenta.
Despolitizar a Covid-19
Na defesa deste protocolo com uso de hidroxicloroquina e azitromicina, José Maurício defende uma despolitização da pandemia. “Precisamos despolitizar o tratamento precoce, pois não pode ser nem de direita e nem de esquerda. Queremos conclamar a nossa classe médica a entrar nessa luta. Talvez, se lá no início tivéssemos iniciado o movimento do tratamento precoce, poderíamos ter salvado mais vidas”, projeta o médico, que garante que a estratégia já tem demonstrado sucesso, citando o Amapá como exemplo. Com população estimada de 845 mil habitantes, o estado registrou 42.892 casos da doença, com 660 deles evoluindo a óbito. O Tocantins com 1,5 milhão de cidadãos tem mais diagnosticos – 50.373 -, mas quase o mesmo número de mortes: 664.
Tratamento precoce pode reduzir casos graves
Para o José Maurício, se os gestores concentrarem os investimentos na atenção básica, adotando uma espécie de programa para o tratamento precoce, pode-se reduzir o uso de respiradores e de unidades de terapia intensiva. “Se a pessoa chegou na unidade de saúde com os sintomas clássicos do tipo: febre, dor cabeça, tosse, dor de garganta e alguns com falta de paladar, já deve iniciar o tratamento imediatamente. O diagnóstico para o início do tratamento é puramente clínico, não se espera resultados de exames”, afirma.