Aumentar a compreensão da integração da perspectiva de gênero na ação climática, aprimorar os conhecimentos sobre evidências e abordagens bem-sucedidas e reforçar as capacidades de integração, foram as pautas do workshop sobre Perspectivas de Gênero na Gestão de Florestas, realizado nesta terça-feira, 23, por meio de plataforma virtual.
O primeiro dia do workshop foi um espaço de diálogo para as autoridades, delegadas, delegados, técnicas e técnicos, assim como de lideranças convidadas dos nove estados da Amazônia Legal. Cada estado contou com a participação de até cinco representantes, designados previamente, e dois delegados e/ou técnicos envolvidos nas atividades da Força-Tarefa dos Governadores para Clima e Florestas (GCF Task Force).
A titular da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Miyuki Hyashida, participou do encontro e relatou sua trajetória profissional atuando em várias áreas, comumente ocupadas por homens. “Sou formada em odontologia, graduação que na época era predominantemente masculina, mas não me dediquei somente a essa atividade. Segui buscando conhecimento também em outras áreas, tais como empreendedorismo e política. Tenho a concepção de que quando fazemos o nosso melhor as atividades dão certo e conseguimos mostrar a nossa capacidade de desempenhar funções que, outrora eram prioritariamente desenvolvidas por homens”, afirmou.
Durante o encontro, as participantes tiveram a oportunidade de apresentar os desafios enfrentados nas áreas profissionais e o resultado alcançado. A primeira-dama do estado do Acre, Ana Paula Cameli, frisou os Eixos Estratégicos que norteiam as ações na região. “Atuamos desenvolvendo trabalhos que vão desde o enfrentamento da violência contra a mulher até o atendimento humanizado, que tem o apoio da polícia, e a promoção de autonomia econômica de mulheres que, por conta da pandemia, tiveram a situação agravada. Ainda promovemos a entrega de cestas básicas, visando à garantia da segurança alimentar e a redução dos índices de desnutrição das crianças e famílias chefiadas por mulheres”, afirmou.
A presidente da Força-Tarefa GCF no Brasil, Mauren Lazzaretti, compartilhou, com as participantes, a necessidade de compreensão da realidade. “Precisamos refletir sobre o que as pessoas nos perguntam em relação aos cargos de gestão e aos desafios que enfrentamos. A pasta meio ambiente é muito desafiadora e historicamente ocupada por figuras masculinas, porém, essa realidade tem mudado”, frisou. A presidente ainda citou a dificuldade do começo da carreira, período em que chegou a ser presa arbitrariamente, e transformou a injustiça em força para se mover na busca dos direitos iguais entre os gêneros.
No momento final do workshop, os presentes foram divididos em seis grupos, definidos pelas equipes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e pelo Centro Internacional de Investigação Florestal (Cifor), e puderam discutir de maneira mais abrangente sobre os maiores desafios relacionados às questões de gênero. O próximo encontro será realizado nesta quinta-feira, 25, para o encerramento dos trabalhos e a apresentação dos relatórios com os resultados do diálogo em grupo. (Da assessoria de imprensa)