Membros do Ministério Público (MPE) e a cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) estiveram reunidos na manhã de terça-feira, 8, para alinhar estratégias conjuntas relativas à investigação dos assassinatos de seis pessoas entre sexta-feira, 4, e sábado, 5, em Miracema do Tocantins. O MPE destaca que já foi aberto um procedimento para acompanhamento das apurações, colheita e compartilhamento de provas, inclusive depoimentos de testemunhas; além de realização de perícias. Integrantes dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) foram acionados pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Casaroti, para atuarem no caso.
Entenda
Sargento da Polícia Militar, Anamon Rodrigues de Sousa foi assassinado na sexta-feira, 4, em confronto com criminosos. Horas depois, o principal suspeito do crime, Valbiano Marinho da Silva, foi executado em casa. O pai e o irmão dele, Manoel Soares e Edson Marinhos, respectivamente, foram encaminhados para uma delegacia, onde foram mortos a tiros por 15 homens encapuzados que invadiram o local. Além disto, outros três homens foram executados no final de semana em Miracema do Tocantins, mas ainda não se sabe se a relação com os demais casos.
Fortes indícios de possível retaliação
O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Tocantins (CEDDH) emitiu nota para lamentar a morte do policial e dos seis civis em Miracema do Tocantins, mas condena os assassinatos que levaram à eliminação de “várias pessoas de uma mesma família” , que avalia ter “fortes indícios de possível retaliação (vingança privada)”. “Não se sabe se eram culpadas e, ainda que fossem, deveriam ser julgadas e condenadas pelo sistema de justiça legal, porém, aparentemente, foram mortas apenas por pertencerem à família do suposto autor do crime”, diz o texto assinado por Maria Lúcia Soares Viana, presidente do CEDDH. A entidade encerra cobrando “urgente investigação e responsabilização dos autores dos crimes praticados”.