Os recentes avanços tecnológicos são responsáveis por facilitarem a vida cotidiana em de diferentes formas. Atualmente é possível fazer quase tudo de forma rápida e simples a partir do telefone celular. Dentre as facilidades da vida moderna está a possibilidade de vendermos nossos carros de forma célere por intermédio da internet e aplicativos do celular.
[bs-quote quote=”Dentre as facilidades da vida moderna está a possibilidade de vendermos nossos carros de forma célere por intermédio da internet e aplicativos do celular. É justamente aí que mora o perigo” style=”default” align=”right” author_name=”MOZART M. MACEDO FELIX” author_job=”É delegado de Polícia Civil do Tocantins” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/03/Mozart60.jpg”][/bs-quote]
É justamente aí que mora o perigo, a facilidade e celeridade que a tecnologia propiciou ao nosso dia a dia possibilitou também que criminosos criassem novas modalidades de golpes. Em relação à venda de veículos, por exemplo, tem crescido bastante a ocorrência de golpes aplicados por estelionatários a partir de anúncios que são facilmente acessados por qualquer celular.
Em uma das modalidades de golpe aplicada, um intermediário se envolve na compra e venda de um veículo que existe e engana o proprietário e o real interessado em comprar o veículo. Um golpista clona um anúncio de um veículo que existe, normalmente publicado em sites de venda como OLX, mas com um valor inferior e os próprios dados para contato.
O comprador, interessado pelo preço, entra em contato com o golpista que passa a agir como um intermediário com o vendedor. A cada um deles, o golpista afirma que o outro tem uma dívida com ele e os convence de não conversarem sobre valores quando for feita a visita para ver o veículo.
Assim que o negócio é fechado, o intermediador informa ao comprador a conta bancária para depósito – geralmente mais de uma -, e fornece ao vendedor um recibo de depósito falso, no que o proprietário entrega o veículo para o comprador. O golpe somente é descoberto quando o comprador verifica que o depósito não foi realizado.
Nesse tipo de ação, o golpista nunca está presente durante as intermediações, ele liga, manda mensagens, mas nunca aparece pessoalmente. Em várias ocorrências o golpista, na realidade, nem está na mesma cidade ou estado, embora mantenha contato via números de telefone com o mesmo DDD.
Algumas vezes as vítimas perdem valores menores que são depositados como sinal, em outras ocasiões vítimas depositam o valor integral da negociação e não recebem o veículo negociado ou ainda vendedores entregam o carro e DUT preenchido e não recebem o dinheiro relativo ao carro ou moto negociados.
A receita para não cair neste tipo de golpe é antiga e bem conhecida de todos, embora tão facilmente esquecida. Trata-se de ter sempre o máximo de atenção, prudência e paciência. Se a negociação parecer boa demais ou rápida demais para ser verdade, há grandes chances de realmente não ser verdade.
Aqui vão algumas dicas que podem ser valiosas para quem está tentando vender ou adquirir um veículo pela internet ou aplicativos de celular:
1) Desconfie de interessados que peçam muitos dados de seu veículo por telefone ou redes sociais. Prefira marcar um encontro pessoalmente, em local público, para tratar do assunto;
2) Fique atento ao sotaque da pessoa que mantém contato com você. Geralmente os estelionatários são de fora do estado;
3) Jamais concorde em mentir ou passar informações falsas a respeito do carro ou da transação a pedido da pessoa que se diz interessada na compra. Sempre converse com a pessoa que está interessado em comprar ou vender o veículo e fale a verdade a respeito da negociação;
Em caso de ainda existirem dúvidas a respeito da negociação, procure a Delegacia de Polícia Civil mais próxima antes de concretizar a compra ou venda do veículo.
MOZART M. MACEDO FELIX
É delegado de Polícia Civil do Tocantins, especialista em Direito Penal. Bacharel em Direito Pela Universidade Paulista, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Tocantins (Sindepol/TO) e diretor da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil (Fendepol).
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