A Secretaria do Estado da Saúde (Sesau) por meio da Superintendência de Vigilância, Promoção e Proteção à Saúde informou, em nota, que já foram confirmados laboratorialmente, no decorrer deste ano, dez casos de tuberculose dentro dos presídios do Tocantins. Já no ano de 2017 foram notificados 11 casos entre detentos. A pasta ressaltou que “não há motivos para pânico”, pois se diagnosticada precocemente e tratada em tempo oportuno, a cadeia de transmissão da doença é “interrompida”.
“Todos os contatos e pacientes diagnosticados estão sob investigação e sendo acompanhados pela equipe de saúde local, orientados pela Área Estadual de Assessoramento da Tuberculose, Laboratório Central de Saúde Pública e Saúde Prisional”, afirmou.
Neste ano foram registrados um caso na Unidade Prisional Barra da Grota, cinco na Cadeia Pública de Colinas, dois na Unidade Prisional de Gurupi, um na Unidade Prisional de Cariri e um na Unidade Prisional de Tocantínia.
“Mesmo antes da prisão, muitos detentos estão expostos a fatores de alto risco para a doença, como desnutrição, higiene escassa e condições de vida inadequadas. Além disso, as penitenciárias impõem um risco adicional para a transmissão: a superlotação e a pouca ventilação são dois fatores que frequentemente coexistem nas prisões, juntamente com condições sanitárias adversas, baixo nível socioeconômico e uso de drogas”, apontou a Secretaria.
Epidemia na Cadeia de Colinas
Na semana passada, o Centro de Direitos Humanos de Cristalândia denunciou uma suposta epidemia de tuberculose na Cadeia de Colinas e o “descaso do governo” com a situação. A Secretaria Estadual de Cidadania e Justiça (Seciju) confirmou cinco casos, mas informou que os exames médicos estavam sendo realizados e que a unidade estava impedida provisoriamente, por decisão judicial, desde o dia 16, de receber presos, bem como visitas, tanto íntimas quanto sociais.
Na nota, a Sesau afirmou que uma equipe estadual composta por um técnico da Área da Tuberculose, em ação articulada juntamente com a Área Técnica do Sistema Prisional, se reuniu nos dias 14 e 15, com o prefeito de Colinas do Tocantins, Adriano Rabelo, o secretário municipal de Saúde, Francisco Neto, os profissionais de saúde responsáveis pela unidade prisional e agentes penitenciários para analisar a situação, com o objetivo de avaliar a magnitude do agravo da tuberculose e direcionar as ações a serem realizadas.
Segundo a pasta, as seguintes medidas foram adotadas para conter a doença na cadeia: busca ativa dos sintomáticos respiratórios, realização de Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM – TB), cultura para Bacilo de Koch e solicitação de exame complementar raio-x para todos os suspeitos, assintomáticos e contatos dos diagnosticados. Disponibilização de medicação para todos os casos confirmados laboratorialmente e tratamento diretamente supervisionado pela enfermeira e agente comunitária responsável pelas ações de saúde na unidade prisional.
Dados da doença no TO
Na população do Tocantins em geral foram registrados 156 casos de tuberculose, em 2014. Em 2015, 160 casos. Em 2016, 175 casos e em 2017, 169. A média anual é de 165 casos de tuberculose no Estado. Em 2018, até o dia 18 de maio, foram confirmados 61 casos da doença.
De acordo com a Sesau, a tuberculose pós-diagnosticada tem tratamento com duração de seis meses e o Estado, via Ministério da Saúde, disponibiliza o tratamento de forma Gratuita à toda população.
Prevenção e controle
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. Diagnosticar e tratar correta e prontamente os casos de tuberculose pulmonar são as principais medidas para o controle da doença. Esforços devem ser realizados no sentido de encontrar precocemente o paciente e oferecer o tratamento adequado, interrompendo a cadeia de transmissão da doença.
Também são importantes a oferta da vacina BCG (seguindo o calendário vacinal estabelecido), a identificação e o tratamento da infecção latente da tuberculose, além das medidas de controle de infecção por aerossóis em serviços de saúde.