O vereador Milton Neris (PDT) quer que a Frente Parlamentar de Enfrentamento à Covid-19 verifique possíveis inconsistências e divergências nos dados de boletins epidemiológicos emitidos pela Prefeitura de Palmas, citando em especial os publicados nos dias 13, 16 e 17 de julho. Para o parlamentar, os relatórios “não retratam a realidade” porque se misturam com os exames laboratoriais para rastreio da Fundação Escola de Saúde (Fesp).
Néris que responsabilizar membros do COE por possíveis inconsistência
Neris propõe que a frente se reúna com representantes do Ministério Público (MPE) e da Defensoria (DPE) para apurar as divergências e deliberar sobre a responsabilização dos membros do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE). Caso constatada a suspeita de inconsistências, o vereador entende que a Prefeitura de Palmas terá que retificar publicamente os boletins e ainda adequar o formato de divulgação dos dados referentes à Covid-19.
Falsa sensação de controle da doença
De acordo com o parlamentar, a forma como os boletins são divulgados levam a população ao entendimento equivocado de uma “falsa sensação de controle da doença”, devido ao elevado número de testes e baixos casos de positivos. “Isso pode levar as pessoas a deixarem de adotar medidas preventivas, antes mesmo de alcançarmos a curva, por acreditarem em informações equivocadas, colocando-se em risco, agravando ainda mais a situação na cidade”, analisou.
O estudo
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), os exames de rastreio estão sendo usados em um estudo da Fesp para testar pessoas assintomáticas ou sintomáticas leves, com o objetivo de “identificar a proporção da população de Palmas que esteve ou está infectada pelo coronavírus, avaliar o avanço da doença e o cumprimento das medidas de prevenção”. Estes números estão na tabela IV dos boletins epidemiológicos e informam a quimioluminescência (IgM ou IgG) dos testados, sem maiores especificações.
Resultados positivos são contabilizados
Para o vereador, os dados referentes à pesquisa de rastreio do novo coronavírus, por ainda não estarem consolidados, não devem ser contabilizados com aqueles de testagens feitas nas unidades de saúde e nos laboratórios. Em nota, a Semus garante que: “os resultados positivos são contabilizados como casos confirmados da Capital e entram na contagem apresentada pelo Boletim Epidemiológico”.
Leia abaixo a íntegra da nota da Semus:
“NOTA
VEÍCULO: PORTAL CT
A Secretaria Municipal da Saúde de Palmas (Semus) esclarece os exames de rastreio estão sendo usados em um estudo da Fundação Escola de Saúde (Fesp) para testar pessoas assintomáticas ou sintomáticas leves, com o objetivo de identificar a proporção da população de Palmas que esteve ou está infectada pelo coronavírus, avaliar o avanço da doença e o cumprimento das medidas de prevenção.
Os pesquisadores vão às casas dos participantes, aplicam um questionário e agendam um horário para coleta de sangue em um Centro de Saúde e Comunidade (CSC) mais próximo das casas dos voluntários. As amostras são enviadas para o Laboratório Municipal de Palmas, onde os exames são processados.
Os resultados positivos são contabilizados como casos confirmados da Capital e entram na contagem apresentada pelo Boletim Epidemiológico. As pessoas diagnosticadas com Covid-19 são monitoradas e colocadas em isolamento domiciliar, assim como os seus contatos diretos.”