O Tocantins é o Estado do Matopiba – que conta ainda com Maranhão, Piauí e Bahia — com o maior volume de dióxido de carbono liberado na atmosfera, com mais de 39 milhões de toneladas. No total, 273 mil hectares do cerrado foram desmatados, e, tanto em 2023 como em 2024, a unidade federativa liderou o ranking de emissões provenientes da derrubada de formações savânicas e florestais, que acabaram representando, juntas, 98% do total do Estado.
135 MILHÕES DE TONELADAS DE CO2
É o que o diz reportagem da Agência Brasil, que afirma que o desmatamento no Cerrado gerou a emissão de mais de 135 milhões de toneladas de CO2, de janeiro de 2023 a julho de 2024. O volume que corresponde a 1,5 vezes o total produzido pela indústria brasileira a cada ano. O levantamento foi feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e divulgado nesta quarta-feira, 18. Os dados foram obtidos através do SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado), que utiliza satélites ópticos do sensor Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia e compara imagens de áreas com um intervalo mínimo de seis meses, a fim de observar se houve derrubada de árvores.
MATOPIBA: MAIOR VOLUME DE DIÓXIDO DE CABORNO
Em segundo lugar do Matopiba com o maior volume de dióxido de carbono liberado aparece o Maranhão, com 35 milhões de toneladas de dióxido de carbono expelidas e 301 mil hectares de vegetação nativa devastada. Conforme salienta o Ipam, o estado também lidera as emissões originadas pelo desmatamento de formações campestres (6 milhões de toneladas).
A Bahia está na terceira posição na lista, com 24 milhões de toneladas; e Piauí, por último, com 11 milhões.
TRÊS TIPOS DE VEGETAÇÃO
Segundo maior bioma do país e altamente diverso, o cerrado é formado por três tipos de vegetação: a savânica, que predomina e foi a mais destruída no período, a florestal e a campestre. As formações savânicas do Cerrado, que compõem 62% da vegetação do bioma, responderam por 88 milhões de toneladas de CO2 (65%) emitidas no intervalo analisado. As queimadas de formações florestais geraram quase 37 milhões de toneladas, enquanto a destruição das formações campestres, que ocupam 6% da área do bioma, resultou na emissão de cerca de 10 milhões de toneladas.
CATÁSTROFE NO MATOPIBA
Mais uma vez, o Ipam evidenciou a catástrofe que o desmatamento no Matopiba tem representado para o cerrado. Os casos de incêndio nessas unidades federativas são o motivo da distribuição de 108 milhões de toneladas de gás carbônico, espalhadas na atmosfera, volume que corresponde a 80% do total registrado no bioma e à metade do dispersado pelo setor de transportes, de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).
OUTROS ESTADOS ABRANGIDOS
A relação de Estados que abrangem o cerrado segue com Minas Gerais (6,9 milhões), Mato Grosso (6 milhões), Goiás (5,7 milhões), Mato Grosso do Sul (3,2 milhões), Pará (1,9 milhões), Rondônia (220 mil), Distrito Federal (81 mil) e São Paulo (2 mil). No Paraná, nada foi detectado no período.