A diabetes é uma doença complexa e progressiva que afeta os vasos sanguíneos do olho. A retinopatia diabética é quando o excesso de glicose no sangue danifica os vasos sanguíneos que nutrem a retina (parte posterior do olho). Estas lesões aos vasos sanguíneos podem causar perda de sangue (hemorragia, micro-aneurismas) e infiltração de gordura na retina. Outra característica da retinopatia diabética é que podem crescer novos vasos sanguíneos (neovasos) na superfície da retina, vasos esses que sangram facilmente e causam importante baixa acuidade visual.
[bs-quote quote=”A retinopatia diabética não tem cura. No entanto, se for tratada de forma rápida e adequada é possível reduzir ou retardar a perda de visão. Para isso, é de extrema importância o controle adequado da glicemia, do colesterol e da pressão arterial” style=”default” align=”right” author_name=”DRA. FABIANA VENDRAMINI” author_job=”É oftalmologista” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/10/60Fabiana-Vendramini.jpg”][/bs-quote]
A retinopatia diabética é uma das principais complicações da diabetes e uma das principais causas de cegueira nos adultos no mundo. Estima-se que 90% dos pacientes de diabetes tipo 1 e 60% dos pacientes do tipo 2 devem desenvolver a retinopatia diabética ao longo da vida.
A retinopatia diabética não está só dependente dos valores da glicemia, mas também de outros fatores como a hipertensão arterial, colesterolemia, tabagismo e um outro extremamente importante que é o fator genético.
Em relação a outras doenças dos olhos que afetam os diabéticos é possível destacar a catarata (turvação do cristalino) que pode desenvolver-se mais precocemente nas pessoas portadoras de diabetes e o glaucoma (aumento da pressão intra-ocular). O diabético possui cerca de duas vezes mais probabilidade de desenvolver glaucoma do que um indivíduo não diabético.
A retinopatia diabética pode ser dividida em vários estágios, dependendo das alterações encontradas na retina, como: retinopatia diabética não-proliferativa inicial, moderada e grave ou severa e retinopatia diabética proliferativa que é a fase mais avançada da doença.
Na fase inicial, a retinopatia diabética é assintomática, por isso, o paciente diabético não deve esperar o surgimento da baixa acuidade visual e deve realizar o exame de fundo de olho, no mínimo uma vez por ano.
O diagnóstico é realizado pelo médico oftalmologista, em consulta de rotina e se necessários são realizados exames complementares que ajudam na visualização das lesões no fundo de olho, como: retinografia, angiofluoresceinografia e Tomografia de coerência óptica (OCT).
A retinopatia diabética não tem cura. No entanto, se for tratada de forma rápida e adequada é possível reduzir ou retardar a perda de visão. Para isso, é de extrema importância o controle adequado da glicemia, do colesterol e da pressão arterial. Esse controle glicêmico deve ser acompanhado pelo médico endocrinologista e pelo nutricionista. Infelizmente, muitas vezes, pelo não controle glicêmico adequado, a doença evolui para estágios mais avançados com a perda irreversível da visão.
O tratamento da retinopatia diabética depende do estágio da doença. Se estiver no estágio inicial, geralmente não se inicia nenhum tratamento, a menos que haja edema macular (inchaço na área central da visão). A fotocoagulação a laser é um procedimento que ajuda a “secar” os neovasos e pode impedir o crescimento futuramente e também diminui a chance de hemorragia vítrea ou até mesmo de descolamento de retina. Se houver hemorragia vítrea (“sangue dentro do olho”), pode ser necessária a realização de vitrectomia. Quando houver edema macular diabético, podem ser necessárias injeções intra-vítreas de medicação anti-angiogênica.
Portanto, faça consultas oftalmológicas regularmente, independente de ser portador de diabetes ou não, pois em alguns casos, o diagnóstico de diabetes pode ser feito através da avaliação do fundo de olho. O diagnóstico precoce pode evitar a evolução da doença e prevenir a perda visual irreversível (cegueira).
DRA. FABIANA VENDRAMINI
É oftalmologista pelo Instituto de Olhos do Hospital Ciências Médicas, Belo Horizonte (MG);
Fellowship em retina clínica pelo Instituto de Olhos do Hospital Ciências Médicas, Belo Horizonte (MG);
Fellowship em Uveítes pelo Hospital São Geraldo – Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
Centro de Correção Visual Vision Laser, em Palmas
E-mail: coordenacao@visionlaserpalmas.com.br