Os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiram na noite desta segunda-feira, 26, rejeitar a importação e o uso da Sputnik V, vacina contra a Covid-19 de fabricação russa e a opção de compra do governador Mauro Carlesse (PSL). A deliberação unânime da Anvisa é referente aos pedidos formalizados por Bahia, Acre, Rio Grande do Norte, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Ceará, Sergipe e Pernambuco. A solicitação de permissão para aquisição de imunizantes feita pelo Tocantins e outros quatro estados ainda estão pendentes, mas devem ter o mesmo resultado.
Risco à saúde e pendências na documentação
Relator dos pedidos, o diretor Alex Machado Campos considerou que o imunizante pode trazer riscos à saúde. O posicionamento foi baseado em pareceres técnicos de três gerências da Anvisa. Entre os apontamentos estão: falhas no desenvolvimento do produto em todas as etapas dos estudos clínicos, ausência ou insuficiência de dados de controle de qualidade, segurança e eficácia. Conforme a agência, outra informação preocupante é que as células onde os adenovírus são produzidos para o desenvolvimento da vacina permitem sua replicação, o que pode acarretar infecções em seres humanos.
Opção do governo
A Sputnik V é a opção de compra do Tocantins, que atua por meio de dois consórcios, o da Amazônia Legal e o do Brasil Central. Em recente reunião do segundo grupo, o ingresso de uma ação judicial para garantir a compra não foi descartado.
Decisão política
A conta oficial da Sputnik V no Twitter já reagiu à decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Em publicações em português, a vacina afirma que os atrasos na liberação da importação e uso é “de natureza política” e “não têm nada a ver com acesso à informação ou ciência”. “O Departamento de Saúde dos Estados Unidos, em relatório anual de 2020 há vários meses, declarou publicamente que o adido de saúde dos Estados Unidos ‘persuadiu o Brasil a rejeitar a vacina russa COVID-19’. O povo brasileiro aguarda a decisão do Supremo Tribunal Federal”, escreveu.
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