A Secretaria Municipal de Saúde (Semus), por meio da Gerência de Saúde Mental, está elaborando o Plano Municipal de Prevenção à Automutilação e Suicídio na Adolescência, que tem o objetivo estabelecer ações intersetoriais de prevenção dos agravos diante desse fenômeno pouco compreendido pela sociedade. A elaboração foi aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde conforme Resolução nº 27 de 22 de maio, publicada no Diário Oficial do Município no dia 12.
De acordo com a gerente da Saúde Mental da Semus, Dhieine Caminski, em até 30 dias após a publicação da Resolução, o Plano de Ação com todas as suas estratégias será encaminhado para o Conselho Municipal de Saúde para as devidas apreciações e publicação no Diário Oficial do Município.
A gerente ressalta que as ações estão articuladas essencialmente entre a Semus e as Secretarias da Educação e do Desenvolvimento Social e a Fundação Cultural, onde se busca estabelecer ações de proteção à vida, construção de projetos e planos de curto, médio e longo prazo, trazendo às crianças e adolescentes, a saúde mental em seu sentido integral.
“O suicídio muitas vezes é relacionado à doença mental, transtorno psiquiátrico, loucura, ou até mesmo a falta de fé. Na realidade, o suicídio sempre existiu em nossa sociedade, porém nas últimas décadas os casos entre adolescentes e até mesmo crianças vem aumentando. As evidências científicas apontam que tal situação se deve principalmente às vulnerabilidades sociais, nem sempre econômicas, mas fragilidades de construção de identidade e sentido de vida”, explica Dhieine.
Mas o que leva uma criança ou adolescente a se mutilar ou atentar contra a própria vida? Dhieine ressalta que não tem uma única resposta, mas existem vários fatores associados. “Os principais são a falta de diálogo familiar e de apoio social, perfil parental rígido ou passivo demais, ausência de limites claros, situação de violência doméstica, abusos, abandono emocional, negligência, entre outros”, ressalta.
A gerente ressalta ainda que o atendimento para crianças e adolescentes não é feito nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps II e AD III). “No caso de uma criança ou adolescente estar passando por uma situação parecida, os pais ou responsáveis podem procurar o Centro de Saúde da Comunidade mais próximo para orientação e encaminhamento ao Ambulatório de Saúde Mental Infanto-Juvenil, que funciona no CSC professora Isabel Auler, responsável pelo acompanhamento de qualquer situação de saúde mental na infância e adolescência na Capital”, conclui. (Com informações da assessoria)