A presidente do Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (Simed), Janice Painkow, disse em nota no início da noite desta quarta-feira, 15, que considera precipitada a decisão do governador Mauro Carlesse (DEM), em articulação com o Comitê de Crise para Prevenção à Covid-19, de flexibilizar a quarentena e “na contramão do que é necessário para o enfrentamento da pandemia”. A entidade cita como essas necessidades “uma garantia da existência de leitos” e de “respiradores para toda a fatia populacional que irá necessitar quando a pandemia se consolidar no Tocantins”.
Irresponsabilidade
Conforme a nota, “creditar uma decisão dessa magnitude aos dados de casos confirmados no Tocantins, ainda incipiente no contágio do coronavírus em um cenário de escassa testagem é irresponsabilidade do governador, diante da perspectiva de um crescimento exponencial dos casos no Estado e, infelizmente, diante da primeira morte em decorrência da Covid-19”.
Devem ter a dignidade
Janice afirma ainda que “todos os órgãos que referendaram essa decisão, especialmente os de controle, como Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça e Ministério Público”, devem ter a “dignidade de rever suas posições”. “E, no âmbito do referido Comitê, possam agir para que o Estado se preocupe e aja, para garantir a assistência adequada para a população, com suporte nos hospitais para uma infecção em massa”, defende a presidente do Simed.
Confira a seguir a íntegra da nota:
“O Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (SIMED) externa sua preocupação com o decreto do governador Mauro Carlesse que recomenda aos municípios a retomada do setor econômico local a partir da flexibilização das regras que mantém em funcionamento restrito boa parte do comércio e serviços não essenciais como medida sanitária de enfrentamento à pandemia de COVID-19.
A entidade considera precipitada a decisão do governador em articulação com o Comitê de Crise para Prevenção à Covid-19, na contramão do que é necessário para o enfrentamento da pandemia, a exemplo de uma garantia da existência de leitos, de respiradores para toda a fatia populacional que irá necessitar quando a pandemia se consolidar no Tocantins.
Creditar uma decisão dessa magnitude aos dados de casos confirmados no Tocantins, ainda incipiente no contágio do coronavírus em um cenário de escassa testagem é irresponsabilidade do governador, diante da perspectiva de um crescimento exponencial dos casos no Estado e, infelizmente, diante da primeira morte em decorrência da Covid-19.
Acreditamos que todos os órgãos que referendaram essa decisão, especialmente os de controle, como Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça e Ministério Público, tenham dignidade de rever suas posições e, no âmbito do referido Comitê, possam agir para que o Estado se preocupe e aja, para garantir a assistência adequada para a população, com suporte nos hospitais para uma infecção em massa.
Ou seja, o comitê deve se preocupar em encontrar formas de fazer com que o Executivo cumpra com seu papel nesse enfrentamento, com a garantia de ofertar o número de leitos adequados, com número de respiradores adequados, ampliação da testagem para assintomáticos para enfrentarmos a contaminação com curva ascendente preservando a vida dos tocantinenses.
Janice Painkow
Presidente do Simed”