O Hospital Geral de Palmas (HGP) foi alvo nesta terça-feira, 15, da operação Betesda, que investiga a ocorrência de cobranças indevidas para a realização de cirurgias dentro da rede estadual de saúde. A ação foi realizada pela Polícia Civil (PC) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPE).
O esquema
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão temporária contra dois médicos e um fisioterapeuta, além de uma quarta pessoa que atuava na cooptação de pacientes em Ponte Alta do Tocantins, sendo respectivamente: os médicos Jorge Magalhães Seixas e Augusto Ulhoa, além de Railton Rodrigues da Silva e Idael Aires Tavares. Esta informação é do G1. Conforme as investigações, os profissionais cooptavam pacientes junto a agentes públicos e particulares de diversas regiões do Tocantins, depois cobravam até R$ 3 mil de cada paciente para beneficiá-los ilegalmente, realizando cirurgias no HGP sem observar os protocolos de agendamento e fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS).
Serviços públicos de saúde são totalmente gratuitos
A Secretaria da Saúde (Sesau) emitiu nota para afirmar que a operação recebeu “total suporte”. O titular da pasta, Afonso Piva, ainda determinou a imediata abertura de sindicância a fim de também apurar os fatos investigados pela Gaeco e PC. “O governo do Tocantins reafirma o compromisso da gestão pelo zelo na prestação dos serviços públicos de saúde, que são totalmente gratuitos. Por fim, a Sesau reitera que não compactua com qualquer forma de corrupção ou ingerências, e não medirá esforços para que tais ações sejam coibidas na gestão pública tocantinense”, afirma.
Burla ao mecanismo do justo atendimento
O Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed) também comentou sobre a operação Betesda em uma curta nota. A entidade reforça “não compactuar com nenhuma atividade ilegal” e cobra a “rigorosa apuração das condutas de todos os profissionais” envolvidos na “burla ao mecanismo correto de garantir atendimento justo e imprescindível”.
Leia a íntegra da nota:
“Acerca da Operação policial deflagrada na manhã desta terça-feira, 15, nas dependências do Hospital Geral de Palmas em desfavor de alguns servidores da unidade, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que está a disposição do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Tocantins (MPE), Polícia Civil e o próprio judiciário, para prestar todos os esclarecimentos – que forem pertinentes à pasta – sobre a operação que investiga o possível esquema de cobrança indevida dentro do Hospital Geral de Palmas (HGP), para realização de cirurgias.
O Secretário de Estado da Saúde, Afonso Piva, e o diretor geral da Unidade, Leonardo Toledo, acompanharam a “Operação Betesda” dando total suporte para elucidação dos fatos. Os agentes tiveram acesso aos documentos solicitados, como também, a prontuários médicos e demais documentos relativos aos encaminhamentos e procedimentos de pacientes. Paralelamente, o gestor determinou imediata abertura de sindicância – a ser instaurada pela corregedoria de saúde – a fim de apurar os fatos, obedecendo, logicamente, o princípio da ampla defesa aos investigados.
O Governo do Tocantins reafirma o compromisso da gestão pelo zelo na prestação dos serviços públicos de saúde, que são totalmente gratuitos. Por fim, a SES-TO reitera que não compactua com qualquer forma de corrupção ou ingerências, e não medirá esforços para que tais ações sejam coibidas na gestão pública tocantinense.
Palmas/TO, 15 de março de 2022.
Secretaria de Estado da Saúde
Governo do Tocantins”
“O Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (SIMED-TO) vem a púbico externar sua posição institucional sobre a operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins, com apoio da Polícia Civil que tem como alvos profissionais de saúde, incluindo dois médicos, que não tiveram os nomes revelados.
O SIMED-TO não compactua com nenhuma atividade ilegal exercida às margens do que é preceituado pela conduta médica e o código de ética médica por nenhum profissional.
A entidade defende a rigorosa apuração das condutas de todos os profissionais que possam estar envolvidos nessa suposta burla ao mecanismo correto de garantir atendimento justo e imprescindível ao paciente do Tocantins e do Sistema Único de Saúde (SUS).”