A Polícia Federal deflagrou operação na manhã de quarta-feira, 22, com objetivo de desarticular suposta organização criminosa responsável por homicídios ocorridos no dia 7 de março de 2020, na Capital. O grupo seria formado por policiais civis. Cerca de 60 agentes cumpriram dez mandados de busca e apreensão, cinco prisões preventivas e 14 medidas cautelares diversas, dentre as quais a suspensão da função pública dos investigados.
Caninana
No dia 27 de março de 2020, cinco pessoas foram mortas com indícios de execução nos bairros de União Sul e Jardim Aureny I. Durante o transcorrer das investigações foi apurado que um grupo supostamente formado por policiais civis monitorava a saída de pessoas recém egressas do sistema prisional e as executavam de forma planejada. Batizada de “Caninana”, o nome da operação faz referência a um tipo de serpente encontrada na fauna brasileira, que se alimenta de animais menores da mesma espécie.
Apoio da PC
O cumprimento de todas as ordens judiciais foi acompanhado por equipes da Corregedoria da PCTO. No comunicado sobre a operação, a Polícia Federal agradeceu todo apoio prestado pela Polícia Civil durante as investigações e na deflagração da operação, reafirmando o compromisso das instituições com a cooperação mútua, integração e o combate ao crime organizado no Estado.
Sinpol acredita na inocência dos agentes
O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) se manifestou em nota. A entidade disse “acreditar na inocência de todos os investigados”, e chega a citar o “histórico de eficiência” dos mesmos. O Sinpol ainda disse que atua para preservar a identidade e a integridade física e moral dos agentes envolvidos e faz uma crítica especial ao nome da operação. “Repudiamos a exposição da corporação e rejeitamos a comparação dos Policiais Civis em questão com o réptil que dá nome à operação, bem como toda a conotação pejorativa em torno das primeiras informações ventiladas”, reforça. Em vídeo, a presidente do sindicato, Suzi Francisca, reforçou o teor da manifestação e contextualizou a ação. “Todo cidadão é suscetível a uma investigação, nós como policiais ainda mais, pois vivemos neste liame entre a justiça e a criminalidade”, disse.
Veja o pronunciamento: