Em nota à Coluna do CT, a Polícia Civil do Tocantins afirmou que “respeita o posicionamento da família do senhor Wagner Fernandes”, que não concordou com a conclusão do inquérito, todavia, o órgão disse que “reitera seu compromisso com a verdade dos fatos ora apurados na presente investigação”. “Cujo inquérito já foi concluído e encaminhado ao Poder Judiciário, sugerindo o arquivamento do mesmo tendo em vista se tratar de conduta atípica”, diz a nota. Fernandes é irmão da candidata a prefeita de Miracema, Camila Fernandes (MDB), viúva do prefeito Moisés da Sercon, assassinado em agosto de 2018.
Acidente doméstico
O servidor municipal, de 58 anos, foi encontrado caído em sua casa, em Dois Irmãos, na madrugada do dia 1º e morreu no dia 2 no Hospital Geral de Palmas. O inquérito concluiu que a morte foi resultado de um acidente doméstico e que não há elementos que comprovem a participação de outras pessoas.
Contraria informações médicas
A família defendeu em nota que a conclusão da investigação “contraria todas as informações” repassadas pelas equipes médicas à família. “As informações dão conta de que Wagner tinha traumatismo craniano, com afundamento de crânio, além de hematomas, escoriações e um corte na orelha esquerda, os quais não indicariam se tratar de uma queda, mas de fortes agressões”, relata.
Determinação superior para agilizar investigação
Com Camila Fernandes (MDB) candidata a prefeita de Miracema do Tocantins, a família também a “midiatização” da morte de Wagner Fernandes feita com a convocação da coletiva. “Induzindo a uma politização do fato, o que não é e nunca foi do interesse da família”, diz. A nota ainda diz ser curioso tal celeridade em um momento em que o governador Mauro Carlesse (DEM) e aliados manifestaram apoio ao adversário da emedebista no pleito, o atual gestor, Saulo Milhomem (Progressistas). “Além do mais, em conversas com alguns policiais que acompanharam o caso, a família foi informada que havia uma determinação superior para que as investigações fossem concluídas ainda no decorrer desta semana, impreterivelmente, curiosamente, antes das eleições”, reforça.
Família não está convencida da conclusão da polícia
A família informa que decidiu acionar o Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Cegep), do Ministério Público (MPE), para que acompanhe o caso, e relata que vai requerer acesso a todos os elementos probatórios colhidos nos autos do inquérito. “Havendo elementos suficientes, representará ao Ministério Público Estadual, por intermédio da Promotoria de Justiça de Miranorte, para que reabra a investigação, pois a família não está convencida da conclusão da polícia”, encerra.