Por falta de combustíveis nos postos que abastecem o Estado, a Energisa também adotou um plano de contingência e informa que está mobilizando todos os seus recursos para minimizar os impactos a seus clientes. Serão priorizados os atendimentos de falta de energia coletiva, serviços essenciais como hospitais e clientes sobrevida, e ocorrências que atentem contra a segurança da população.
Na área urbana estão sendo priorizados, além da falta de energia, os seguintes atendimentos comerciais: ligação nova, vistoria de padrão e religação. Estão suspensos serviços como desligamento a pedido do cliente, vistoria de danos elétricos, troca e aferição de medidor.
Já na área rural, em função dos grandes deslocamentos, o atendimento está sendo feito para a falta de energia coletiva, sendo que, serviços como ligação nova, religação e vistoria de padrão serão executados apenas quando retomada a normalidade de abastecimento de frota.
Alessandro Brum, diretor Técnico e Comercial da Energisa, explica que a empresa está empenhada em minimizar o impacto de danos gerados pela paralisação. “Estamos atuando com o compromisso de priorizar o atendimento coletivo para os cidadãos tocantinenses. Ao realizarmos o contingenciamento dos serviços, bem como, a racionalização do combustível em nosso âmbito interno, garantimos a continuidade do nosso trabalho, e assim, a redução dos efeitos da paralisação no fornecimento de energia”, explicou Brum.
No âmbito interno, a Energisa está restringindo as viagens administrativas, como forma de racionalizar o uso do combustível e garantir a continuidade dos serviços em campo. Também foram suspensas parte das obras de manutenção da rede, sendo mantidas apenas as programações previstas para áreas urbanas e de maior relevância.
“Por se tratar de uma situação que foge ao controle da concessionária, o desabastecimento e os bloqueios nas rodovias que cortam o Tocantins, podem também impactar nos prazos de atendimento, estendendo além do padrão. Por isso, a Energisa conta com a compreensão dos clientes e reforça o seu compromisso em atender sempre no menor tempo possível”, destacou a concessionária.
Todos os canais de atendimento e as agências da Energisa seguem com funcionamento normal. E as equipes da concessionária seguem mobilizadas para garantir que não haja nenhum prejuízo na prestação do serviço durante a paralisação dos caminhoneiros que ainda não tem previsão de terminar.
Desabastecimento
Nesta sexta a paralisação dos caminhoneiros completa cinco dias. Em todo o país começa a faltar alimentos perecíveis e combustível. Em Palmas, há registros de que todos os postos estão com estoque de combustível zerado. Em várias cidades do interior também não há mais produto. Filas de dezenas de carros se formaram desde quarta-feira nas revendedoras que ainda tinham combustível em seus estoques.
A Infraero também já avisou que não há mais combustível no Aeroporto de Palmas e que um voo da empresa aérea Azul foi cancelado. Prefeituras e Estado estão trabalhando com frota reduzida e utilizando a reserva de combustível da garagem central somente nas viaturas e ambulâncias. Em Araguaína, a coleta de lixo e escolas funcionarão parcialmente. Já o transporte escolar será suspenso.
Manifestação nacional
Por volta das 8 horas desta segunda-feira, 21, caminhoneiros do Tocantins decidiram aderir ao protesto que ocorre em vários pontos do País contra a alta do preço dos combustíveis. Em Paraíso do Tocantins, a categoria realizou uma carreata, com apoio da Associação Comercial e Industrial do município, e agora se encontra paralisada na BR-153 (Belém – Brasília). Após esse ato, mais dez trechos foram bloqueados.
Além do Tocantins foram registrados atos em ao menos 23 Estados. Insatisfeitos com o preço do diesel, que subiu 1,76% nas refinarias, na semana passada, os condutores de veículos de carga queimaram pneus nos acostamentos e bloquearam rodovias. Segundo a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que reúne 700 mil caminhoneiros autônomos, o objetivo é mudar a política de preços da Petrobras, zerar a alíquota de PIS/Pasep e Cofins e isentar o setor da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico.
Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Valter Casimiro (Transportes), além do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, se sentaram à mesa com 11 entidades que se dizem representantes dos caminhoneiros.
Eles pediram a suspensão da paralisação por 15 dias. Em troca, a Petrobras manteria a redução de 10% no valor do diesel por 30 dias enquanto o governo costura formas de reduzir os preços; o governo zeraria a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para o diesel até o fim do ano e negociaria com os Estados buscando o fim da cobrança pelo eixo suspenso, em caminhões que trafegam vazios. O governo também prometeu uma previsibilidade mensal nos preços do diesel até o final do ano sem mexer na política de preços da Petrobras.
Das onze entidades do setor de transporte, uma delas, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que representa 700 mil caminhoneiros, recusou a proposta. O presidente da associação, José Fonseca Lopes, deixou a reunião no meio da tarde e disse que continuará parado. “Todo mundo acatou a posição que pediram, mas eu não. […] vim resolver o problema do PIS, do Cofins e da Cide, que tá embutido no preço do combustível”, disse Lopes.
Nas estradas de todo país, os protestos continuam.