Com a prisão no âmbito da segunda fase da Operação Nudae da Polícia Federal, Carlos Alberto da Costa, o Carlão da Saneatins (PSDB), perdeu o cargo de superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Tocantins e ainda será destituído da presidência do diretório metropolitano do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Presidente do PSDB no Tocantins, o senador Ataídes Oliveira (PSDB) afirmou ao CT que vai destituir Carlão da Saneatins à frente da direção do partido da Capital e de forma “imediata”. O congressista admitiu que o alvo da Operação Nudae assumiu o Incra no Estado por sua indicação, mas alega que sempre deixou claro que “não abria mão da honestidade”. “Ele me prometeu que jamais faria alguma coisa errada”, disse.
“Estou há praticamente sete anos no Senado Federal e até então nunca havia indicado ninguém a um emprego, principalmente a cargos técnicos. Sabedor que sei do problema fundiário rural e urbano gravíssimo que temos, resolvi pela primeira vez fazer uma indicação. Movido pela vontade de sanar um pouco o problema, acabei indicando o Carlão da Saneatins”, contou.
Apesar da indicação, Ataídes Oliveira disse “nunca teve convivência” com Carlão da Saneatins e insinuou: “A Polícia Federal não prende ninguém por acaso”. “Eu fico triste em saber que este moço que coloquei lá tenha cometido alguns deslizes. Espero que a Justiça seja feita para condená-lo ou absolvê-lo”, finalizou o parlamentar.
Já a exoneração do cargo de superintende do Incra no Tocantins foi publicado na edição desta quinta-feira, 20, do Diário Oficial da União (DOU) pelo presidente do órgão, Leonardo Goés Silva. O ato foi assinado na mesma quarta-feira, 19, em que o tucano foi preso preventivamente pela Polícia Federal.
Entenda
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira, 19, a segunda fase da Operação Nudae, que investiga esquema de fraudes e desvios de recursos públicos em chamada pública do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Tocantins. Afastado da superintendência do órgão na primeira parte da investigação, Carlão da Saneatins foi alvo de prisão preventiva.
Segundo informações concedidas pela PF na primeira fase, o esquema de fraude teria ocorrido na seleção de empresas contratadas para prestar assistência técnica e extensão rural por meio de chamada pública da superintendência do Incra no Tocantins.
A investigação apontou a existência de indícios de conluio entre o superintendente regional, fiscais de contratos e empresários com o fim de realizar pagamentos por serviços que não haviam sido efetivamente executados.