O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou mais uma rodada do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil. A primeira edição é de 2019. O novo levantamento mostra que no Tocantins a desocupação, a subutilização e a informalidade continuam atingindo mais pretos e pardos do que os brancos. Em 2021, as taxas de desocupação foram de 10,3% para os brancos, de 14,1% para os pretos e de 15,1% para os pardos. No ano anterior [2020], esses percentuais foram de 8,2%, 11,5% e 12,0%, respectivamente.
SUBUTILIZAÇÃO
Em 2021, a taxa de subutilização era de 25,3% entre os brancos, enquanto era de 31,7% entre os pretos e 31,8% entre os pardos. “A taxa composta de subutilização considera, além da desocupação, a população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas e quem estava na força de trabalho potencial. Entre os brancos, essa taxa era inferior às das populações preta e parda, e isso não muda conforme o nível de instrução”, pontua o analista do IBGE João Hallak.
INFORMALIDADE
A informalidade também atinge mais pretos e pardos do que brancos. Em 2021, cerca de 60 mil tocantinenses brancos trabalhavam em ocupações informais, enquanto que pretos e pardos nessa situação eram 279 mil. Já em Palmas, o IBGE estima que 16 mil brancos e 40 mil pretos ou pardos trabalhavam informalmente.
DESIGUALDADE PERCEPTÍVEL
De acordo com o estudo, o rendimento médio real do trabalho principal dos tocantinenses de 14 anos ou mais de idade, ocupados em postos de trabalho formais e informais, em 2021, era de R$ 2.059. Quando observado o recorte por cor ou raça, a desigualdade se torna perceptível. O rendimento dos ocupados brancos era de R$ 2.957, mas para os pretos (R$ 1.764) e pardos (R$ 1.853) o valor era bem menor.
TAXA DE POBREZA
Em 2021, considerando a linha de U$$ 5,50 diários (ou R$ 486 mensais per capita), a taxa de pobreza dos brancos tocantinenses era de 28,1%. Já entre pretos e pardos o percentual foi de 34,4%. Já na linha da extrema pobreza, (US$ 1,90 diários ou R$ 168 mensais per capita), as taxas foram 7,6% para brancos, contra 7,2% dos pretos e pardos.
RENDIMENTO DOMICILIAR
No ano passado, no Tocantins, o rendimento médio domiciliar per capita da população branca (R$ 1.483), era bem superior ao verificado para as populações preta (R$ 973) e parda (R$ 947), diferença que se mantém desde o início da série histórica, em 2012. Considerando ainda o recorte de gênero, é notável que tanto os homens brancos (R$ 1.669) quanto os homens pretos ou pardos (R$ 1.029), tem renda maior que das mulheres brancas (R$ 1.296) e das mulheres pretas ou pardas (R$ 870).