Por Aurielly Painkow
Médicos do Cardioplaza, no Hospital Santa Thereza em Palmas, já realizam técnica inovadora, que substitui a cirurgia aberta do coração para fazer reparo na válvula aórtica.
A válvula aórtica é a que permite o fluxo de sangue sair do ventrículo esquerdo do coração até a aorta. A estenose aórtica é o estreitamento e/ou dificuldade de abertura dessa válvula, impedindo a passagem do sangue do coração para o corpo. Devido o envelhecimento, mais comum a partir da sétima década, há um maior desgaste desta válvula e consequentemente maior calcificação, reduzindo a sua abertura normal. Este estreitamento pode gerar consequências graves como: síncope (desmaios com perda da consciência), angina, dispneia (falta de ar) e até mesmo morte súbita.
Tradicionalmente a correção desta patologia se faz através da cirurgia cardíaca com abertura do esterno (abertura do peito) e a substituição por uma válvula protética. Esse procedimento possui elevado risco cirúrgico, pela população normalmente acometida, com recuperação demorada e pós-operatório desconfortável.
O implante da válvula aórtica, sem a cirurgia de peito aberto, é um procedimento recente no mundo e no Brasil acontece por volta de cinco anos. Tocantins agora já realiza essa cirurgia menor, com uma pequena incisão pela virilha, que leva a prótese até a válvula do coração.
A equipe do Cardioplaza (Dr Marcello Sena, Dr Bernardo Kremer, Dr Cleber Henrique e Dr Gustavo Lira) com a cooperação da equipe cirúrgica do Dr Henrique Furtado, representada pelos Dr Lucas e Dra Alesandra, além do cardiologista clínico Dr Wallace. Realizaram com sucesso o primeiro caso no estado pela via femoral. O paciente permaneceu apenas 12 h no CTI e 24 h no quarto, tendo alta hospitalar com 36 h.
Exigências
Avaliação clínica de um especializado cardiologista e indicação de um ecocardiograma. Após confirmação do diagnóstico e possibilidade de intervenção, deve ser submetido a uma angiotomografia específica para a realização deste procedimento.
Como funciona?
A prótese é inserida a partir da artéria femoral, localizada na perna, na altura da virilha do paciente. De lá, a prótese sobe até a posição aórtica no coração e colocada em cima da válvula original com defeito. É necessário um controle rígido de posicionamento, que é feito por radioscopia por equipe médica treinada e habilitada.
Casos de sucesso
Mick Jagger e Jô Soares são exemplos recentes de sucesso deste procedimento transcutâneo via artéria femoral.