O assassinato de Sidiney de Oliveira, brigadista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que foi morto a tiros em frente à casa da irmã no sábado, 15, em Formoso do Araguaia, gerou uma ampla comoção. Entidades como o Instituto Indígena do Tocantins (Indtins), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), comunidade religiosa e o procurador Álvaro Manzano manifestaram pesar.
PROCURADOR IRÁ ACOMPANHAR A INVESTIGAÇÃO
Procurador da República, Álvaro Manzano comentou a morte de Sidiney de Oliveira em vídeo. O membro do Ministério Público Federal (MPF) exalta a atuação do brigadista e cobra a punição dos responsáveis pelo crime. “Chocou a todos nós. Sempre fez um trabalho muito bom na prevenção e combate aos incêndios na Ilha do Bananal. Eu espero que esse fato seja devidamente apurado e que os responsáveis sejam punidos. Nós vamos estar acompanhando para garantir que isso aconteça”, afirmou.
IMPARCIALIDADE E CELERIDADE
Neste mesmo sentido, o coletivo Somos informou nesta segunda-feira, 17, que cobrou do Ministério Público do Estado (MPE) o devido acompanhamento das investigações. “Diante da gravidade do caso, nós do Somos solicitamos ao MPE que acompanhe de perto as investigações, garantindo que sejam conduzidas com imparcialidade e celeridade. A integridade e a transparência das investigações são necessárias para que a justiça seja feita e para proteger outros servidores e defensores do meio ambiente que possam estar em situação de risco semelhante”, afirmou o doutorando em Ciências do Ambiente e membro do coletivo, Eduardo Azevedo. Medidas de proteção para testemunhas e familiares da vítima também foram enfatizadas no documento.
Confira as notas de pesar:
“Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) repudia o assassinato, no último sábado (15), do brigadista Sidiney de Oliveira Silva, morto na porta de sua casa, em Formoso do Araguaína, região sudoeste do estado do Tocantins. Nenê, como era conhecido por todos, era contratado pelo Prevfogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e atuava junto à Funai em várias frentes, dentre elas o manejo preventivo do fogo.
Um dos principais conhecedores da Ilha do Bananal, o ambientalista deu apoio logístico à Funai quando, em um sobrevoo, fez o avistamento do povo indígena isolado Avá-Canoeiro, antes dado como extinto em uma área da ilha conhecida como a “Mata do Mamão”.
O coordenador da unidade da Funai localizada em Palmas (TO), Bolivar Xerente, destacou o legado de Nenê para a questão indígena. “Ele era uma pessoa bem prestativa, atuando pela Funai como colaborador. Ele apoiava a gente como um guia porque ele conhecia bem a Ilha do Bananal. Todas as nossas ações de indígenas isolados na região ele era a primeira pessoa que procurávamos. Ele contribuiu muito para a questão ambiental e para os direitos indígenas”.
Já o coordenador da Política de Proteção e Localização de Indígenas Isolados da Funai e amigo de Sidiney, Guilherme Martins, ressaltou a importância de Nenê para a região e lamentou o assassinato de mais um defensor de causas ambientais, lembrando também a morte de Bruno Pereira e Dom Phillips.
“Nenê era um defensor incansável da Ilha do Bananal, este verdadeiro santuário de sociobiodiversidade. Infelizmente a cobiça de alguns destrói a vida na maior ilha fluvial do planeta, despedaçando agora também a vida de nosso amigo. No segundo país que mais mata ambientalistas do mundo, e apenas dez dias após o Estado Brasileiro prestar homenagem à morte de nosso amigo Bruno Pereira, prometendo que isso jamais iria se repetir, temos que enterrar mais um camarada. Até quando?”, questionou.
A Funai se solidariza com a família e amigos, e aguarda o término das investigações, na espera de que a justiça seja feita nesse e em todos os crimes envolvendo defensores das causas ambientais e dos direitos indígenas.
Assessoria de Comunicação/Funai“
“É com profundo pesar que recebo a triste notícia sobre o falecimento de Sidinei de Oliveira Silva, brigadista e ativista na Ilha do Bananala. Sua vida foi ceifada de maneira trágica e prematura, deixando um vazio imensurável em todos nós.
Expresso meus mais sinceros sentimentos à família e amigos de Sidinei de Oliveira Silva neste momento de dor e luto. Que Deus, em sua infinita misericórdia, conforte os corações dos enlutados e conceda forças para enfrentar esta perda irreparável.
Este crime precisa ser investigado com rigor para que se faça justiça e para que a memória de Sidinei seja honrada da melhor maneira possível.
Que sua alma descanse em paz.
INDTINS“