A cubana Laritza Murgado Ramírez e sua família chegaram em Araguaína há apenas duas semanas e já decidiram que querem aprender a falar em português o quanto antes. “Quero me comunicar com as pessoas, poder entender e me entenderem também. Quero ter boas relações com as pessoas e espero que minha família também”. O grupo faz parte da primeira turma de 20 alunos imigrantes, entre cubanos e venezuelanos, que participarão das aulas de Língua Portuguesa promovida pela Prefeitura de Araguaína em parceria com o IFTO (Instituto Federal do Tocantins).
As oportunidades de trabalho foram o que chamaram a atenção do grupo de cubanos na cidade. Na família da Laritza há um médico veterinário e um açougueiro e eles escolheram Araguaína a partir de uma busca na internet, quando descobriram que a cidade é a capital do Boi Gordo. “Eu conversei com várias pessoas, e disseram que aqui é bom. Eu gosto muito daqui, é muito tranquilo, as pessoas são muito acolhedoras”.
O curso
As aulas serão todas as terças e quintas, das 19 às 20h30, na Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação até novembro deste ano. Na última quinta-feira, 30, os alunos, representantes do IFTO e da Prefeitura participaram da aula inaugural de boas-vindas aos imigrantes.
“Esse curso é mais um passo que Araguaína dá no sentido de consolidar políticas públicas voltadas a pessoas imigrantes. Ensinar a nossa língua é uma forma importante de acolhimento e reforça a postura da Prefeitura no sentido de incentivar a autonomia dessa comunidade. Estamos muito motivados com esse projeto”, explicou Rhaíssa da Rosa, diretora de Políticas Públicas da Secretaria de Assistência Social.
O início de uma vida melhor
A Prefeitura mobilizou os imigrantes e refugiados atendidos pelas políticas públicas de assistência social e o IFTO disponibilizou os professores para ensinar o Português. O docente Felipe Carneiro lembra que as famílias escolheram Araguaína para recomeçar suas vidas, por isso o trabalho conjunto tem o objetivo de facilitar a inserção de todos na sociedade.
“Temos toda uma equipe para a elaboração do material didático, tradução e elaboração de textos, de modo a ensinar um português que é falado em nossa cidade, levando em conta também os regionalismos”, contou o professor.
“Essas pessoas deixaram os familiares e a cultura de seus países para buscar uma vida melhor. Alguns deles possuem formação acadêmica, mas esbarram na questão da linguagem para poder se encaixar no mercado de trabalho. Então eles buscam uma independência nessa nova vida no Brasil”, ressaltou Gilvan Vieira, diretor do campus do IFTO em Araguaína.
Certificação Migracidades
Por causa de ações como essas, voltadas aos imigrantes, Araguaína foi reconhecida pela ONU (Organizações das Nações Unidas) com o selo da plataforma “MigraCidades: Aprimorando a Governança Migratória Local no Brasil”.
O certificado tem como intuito contribuir para a construção e gestão de políticas migratórias de forma qualificada, planejada, segura, regular e responsável. (Da assessoria de imprensa)