Decreto da Prefeitura de Tocantinópolis, de sexta-feira, 24, impede que caminhões com peso bruto superior a 25 toneladas circulem pelo perímetro urbano do município a partir das 10h30 deste domingo, 26. É mais um reflexo negativo do desabamento da Ponte JK, no dia 22 de dezembro. O ato do prefeito Fabion Gomes (PL) gerou revolta entre os caminhoneiros e comerciantes, que passaram a faturar alto com a chegada desse movimento intenso de veículos pesados. “Não estou preocupado com a repercussão positiva ou negativa do decreto. Estou preocupado com a minha obrigação. Eu fiz para me resguardar e para cuidar da minha cidade, do meu povo e do patrimônio nosso. Estou muito consciente, não agi errado”, avaliou o prefeito em entrevista jornal Correio do Tocantins.
EXCEÇÕES
O decreto prevê exceções à proibição, como o trânsito de veículos destinados ao transporte de produtos essenciais (como alimentos, medicamentos, combustíveis e materiais de construção) para o consumo local, bem como veículos envolvidos em obras públicas ou em situações de emergência devidamente justificadas.
PENSANDO NO FUTURO
Fabion disse ainda que não está pensando no momento, mas no futuro. Até porque, ressaltou, a nova ponte para ligar Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA) “não vai ser feita em dois anos”. “A situação até agora o Dnit não resolveu nada de nada. E a nossa cidade, ela está sendo deteriorada pelos caminhões”, afirmou.
RUAS NÃO SÃO APROPRIADAS
O prefeito disse que as ruas das cidades não são próprias para o trânsito intenso de caminhões. “Se for um caminhão de vez em quando, aqui, acolá, um dia sim, outro não, é uma coisa. Agora, o trânsito intenso, um caminhão atrás do outro, filas e filas… As nossas ruas não suportam isso. E nós estamos nos resguardando até de uma ação futura do Ministério Público contra nós, por omissão”, justificou.
RISCO DE ACIDENTES
Segundo o prefeito, as ruas da cidade, para sair da balsa, “têm subidas incríveis”. “Já foram quase três acidentes aqui, horríveis. Deus nos protegeu”, afirmou. Ele contou que um caminhão carregado de combustível quase não deu conta de subir a ladeira e quase voltou, sob risco de matar algumas pessoas.
200 KM DE DESVIO
No seu turno, os caminhoneiros reclamam que terão que fazer um desvio de cerca de 200 quilômetros por não poderem mais passar em Tocantinópolis.
NÃO É CONTRA CAMINHONEIROS
Em informativo publicado em suas redes sociais após a repercussão negativa do decreto, o prefeito reforçou que “não é uma medida contra os motoristas, caminhoneiros e viajantes, mas uma decisão tomada em razão da deterioração acelerada da infraestrutura viária urbana, dos prejuízos causados à segurança e ao patrimônio público municipal e, até, dos iminentes riscos de acidentes e mortes aos moradores locais”.
CABE À PIPES ORGANIZAR
O município orientou a Pipes, empresa que faz a travessia de balsa entre Tocantinópolis e Porto Franco (MA), a organizar, “da melhor forma possível”, o tráfego de veículos de passeio e caminhões abaixo de 25 toneladas, que está liberado. “Nada impede, também, a empresa Pipes de construir um ponto de acesso de embarque e desembarque de veículos de grande porte, fora do perímetro urbano da cidade, haja vista que a referida empresa tem auferido elevados lucros, sem a contrapartida aos municípios impactados”, afirmou o Paço no informativo.
OMISSÃO DO DNIT
Para Fabion, “tais medidas se justificam dada a omissão do Dnit, que, passados mais de 30 dias do colapso da ponte, não adotou nenhuma medida para amenizar e facilitar o tráfego de veículos e pessoas, sequer conseguiu nesse período disponibilizar embarcações entre Aguiarnópolis-TO e Estreito-MA”.
Confira as rotas alternativas divulgadas pelo Dnit:
Leia o informativo do prefeito: