O membro tocantinense do Conselho Federal de Medicina (CFM), Estevam Rivello, defendeu à Coluna do CT que se as 29.840 doses da Coronavac, a vacina contra a Covid-19 que estão sendo destinadas ao Tocantins, não forem suficientes para todo o público-alvo nesta aplicação emergencial, devem ser priorizados, então, os profissionais de saúde.
Público-alvo
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesse domingo, 17, para uso emergencial, a Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, subordinado ao governo de São Paulo; e a AstraZeneca, da Universidade de Oxford, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde. O público-alvo definido nesta primeira fase emergencial é formado por profissionais de saúde, idosos, pessoas que vivem em asilos, ribeirinhos e indígenas.
Reduzir mortes ao máximo
Rivello disse que agora, com a vacinação de profissionais de saúde e grupos de risco, a expectativa é de reduzir ao máximo possível o número de óbitos. “E, com isso, teremos um poder de avaliação melhor dos doentes, com um time mais protegido, para a assistência ser mais completa, porque o que temos visto é a deficiência de profissionais por adoecimento e a dificuldade de conseguir profissional por todo o Brasil que tenha certa habilitação para lidar com doente grave”, contou o médico.
Marco histórico
Por isso, para ele, a aprovação das vacinas pela Anvisa “é um marco histórico para o Brasil e para o Tocantins”. “A gente torce para que seja possível alcançar toda a população no menor intervalo de tempo possível”, afirmou. Para isso, Rivello explicou que, com a primeira e segunda doses, as pessoas passarão a ter o comportamento de reinfecção ou não, e, dessa forma, haverá mais nível de evidência para se poder liberar essas vacinas para toda a população. “Acredita-se que, a partir de março, a vacina para a população em geral vai estar liberada. É a expectativa, a partir da avaliação dado a dado, conforme a vacina vai sendo aplicada no público-alvo”, disse o representante tocantinense no CFM.
Interlocução entre Estado e municípios
Rivello afirmou que o governo do Tocantins agora terá que distribuir a vacina proporcionalmente para todos os municípios, conforme o público-alvo. “A Secretaria de Estado de Saúde tem que ter os dados sobre o público-alvo porque houve tempo para se organizar. Essa interlocução entre Estado e municípios já deve ter ocorrido”, afirmou.
Prioridade à saúde
A partir desses dados levantados junto aos municípios, o médico disse que o Estado terá como saber se as 29.840 doses enviadas ao Tocantins serão suficientes ou não para todo o público-alvo. “Se for insuficiente, será necessário adotar critérios na aplicação dessas vacinas, porque não pode um profissional de saúde que fica diretamente no enfrentamento à Covid-19 deixar de receber essa vacina em detrimento de qualquer outra situação”, defendeu.