No dia 30 de agosto de 2021, às 9 horas, este blog publicou uma pesquisa do Programa Nacional de Saúde (PNS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na matéria “Mais de 70% dos adultos com deficiência no Tocantins não completaram o fundamental“.
Confesso que não vi outro veículo de comunicação do Estado do Tocantins divulgar esses dados. Não vi vereadores debatendo sobre isso nas câmaras. Não vi deputados debatendo sobre o assunto na Assembleia e nem tampouco o governo fazendo qualquer tipo de comentário, nos demonstrando mais uma vez o abismo segregador em que vivemos. E olha que, segundo a pesquisa, são cerca de 142 mil pessoas com algum tipo de deficiência, seja visual, auditiva (meu caso), motora, fala (também meu caso), mental ou intelectual.
Mas o que mais me chamou a atenção nesses dados foi que 71,9℅, ou seja, cerca de 91 mil das pessoas com deficiência, não têm ensino fundamental completo. Será que é por falta de políticas públicas e investimento na educação por parte do governo?
Existem algumas famílias que escondem da sociedade a deficiência que possuem, por medo, vergonha, preconceito e porque recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Muitas dessas famílias não colocam seus filhos para estudar, trabalhar, empreender e seguir a vida fazendo a diferença. Contentam-se com o benefício, usando para pagar contas pessoais, como prestação de moto, carro, móveis, esquecendo que o dinheiro é para a pessoa com deficiência, e preferindo viver dependendo do governo.
Está na hora de fazer também uma pesquisa nas famílias dessas pessoas com deficiência que recebem esse auxílio. Muitas delas passaram a vida toda trancadas dentro de casa, declaradas como inválidas. Desde criança recebem o BPC, dinheiro que muitos deles sequer pegam um centavo, pois quem toma de conta dessas pessoas não se preocupa em fazer de seus filhos homens e mulheres independentes.
AGNALDO QUINTINO
É administrador, empreendedor educacional, palestrante, gago, surdo e feliz
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