O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência neste dia 21 de setembro foi instituído pela Lei nº 11.133/2005 com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância de desenvolver meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade em que vivemos. É justamente nesta data que marca o nascimento e renovação desse movimento, das reivindicações pelas políticas de inclusão e por um fim da exclusão social, que é frequente em nossa sociedade.
Será que avançamos? Fiz essa pergunta para vários colegas meus que, como eu, têm algum tipo de deficiência, e fiz também para os que não têm deficiência e, por último, fiz essa pergunta a mim e é justamente por isso que começo agradecendo o amigo, jornalista, escritor e sonhador Cleber Toledo e toda sua equipe da Coluna do CT por ser o único espaço da mídia no nosso estado que dá liberdade não só a mim mas a outras pessoas com deficiência de expôs seus pensamentos. Obrigado, sempre.
As pessoas com deficiência, na maioria dos órgãos públicos ou privado, são representados pelas pessoas sem deficiência. O avanço pode até acontecer, mas demora mais, porque a pessoa com deficiência sabe o que a outra realmente passa. Comparo com as secretarias de Segurança e da Educação, por exemplo, que são comandadas e geridas por professores e policiais ou profissionais de carreira jurídica. A sociedade achar que somos incapazes, coitadinhos, vencedor ou heróis só romantiza a deficiência e nos atrapalha a adquirir nossa independência.
Na educação “especial “como falam, estão colocando todos os alunos com deficiência em uma sala com somente um profissional para cuidar de uma sala inteira, onde há várias pessoas com os mais variados tipos de deficiência, sobrecarregando esse profissional. Esquecem que temos que aprender todos juntos que a diversidade precisa existir em nossa sociedade para o crescimento e desenvolvimento de todos. Há placas e perfis em órgãos públicos que ainda usam a expressão “pessoas com necessidades especiais” e esqueceram de trocar a nomenclatura para “pessoas com deficiência”, foi instituída no Estatuto da Pessoa com Deficiência ( L.B.I.) em 6 de julho de 2015.
Há outras expressões que dificultam nossa inclusão, como: “eles são super humanos, que superam cada dia um obstáculo”; são ” exemplos de superação”, “mas você não parece uma pessoa com deficiência”.
Hoje a maioria das pessoas já sabe o que é a palavra capacitista, já vê as pessoas com deficiência com outros olhos. Enfim, estamos avançando, mas ainda falta muito para as mais de 16,8 milhões de pessoas no Brasil e 146 mil no Estado do Tocantins com alguma deficiência, segundo dados do IBGE. Muitas delas, em sua grande maioria, não ocupam cargo de destaque em nosso meio.
Falta ainda a pessoa com deficiência aceitar que ela é uma pessoa com limitações, que tem que ser tratadas igual a todos. É o mínimo. A partir do momento em que ela se aceita sua vida muda, por isso, que agradeço muito a meus pais, meus irmãos e meus amigos que nunca me trataram com os termos de “anjo” ou “especial” e como “missão de outras vidas”.
AGNALDO QUINTINO
É administrador, empreendedor educacional, palestrante, gago, surdo e feliz
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