Já falamos aqui da importância de termos pessoas com deficiência como candidatos a cargos políticos. Já trouxemos números que demonstram o quanto é difícil para tais indivíduos disputares uma eleição. O preconceito maior com certeza vem dos partidos políticos.
Os caciques partidários não dão a mínima atenção, não ajudam com recursos do Fundo Partidário (sou contra esse fundão), pois este favorece apenas o mesmo grupinho de sempre e não é e nunca será distribuído em partes iguais, pois, se o fosse, não daria quase nada a ninguém, então o melhor é não ter dinheiro público financiando candidaturas.
Minas Gerais é o estado com o maior número de candidatos com deficiência, 968. No Tocantins temos 68, número muito pequeno pela quantidade de pessoas com deficiência que temos no estado: mais de 300 mil. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pessoas com deficiência são apenas 1,2℅ dos candidatos no Brasil, e os partidos que têm o maior número de candidatos são PSOL (2,3℅) REDE (1,88℅), PMN (1,75%), PDT (0,99%), DC (0.9℅) NOVO (0,8℅), e há partidos que não registraram nenhum nome, caso do PCO e PCB, sendo que a maioria dos candidatos é composta por homens (74,6℅) enquanto que as mulheres perfazem o montante de 26,4%.
Talvez esses números ainda serão maiores porque o TSE os divulgou pela primeira vez e deixou de forma opcional para o eleitor colocar se é ou não uma pessoa com deficiência, o que muitos não assumem por vergonha ou preconceito, mas mesmo assim já é um grande avanço.
Por esse dados se percebe dois detalhes interessantes: primeiro que os grandes partidos não se interessam ou quase não dão a mínima para os candidatos com deficiência e, segundo, o candidato com deficiência jamais será representado se continuarmos assim. Enquanto ficarem colocando barreiras a nós, deficientes, enquanto não existir um grau de suporte e acessibilidade, essa injustiça nunca será reduzida e a pessoa com deficiência nunca terá representante no parlamento, e nada mais justo que ela mesmo legislar, porque só ela entende e é sensível à causa por compreender a realidade de cada um.
Agora voltarei à leitura da obra “2018”. Já estou na parte final e, como prometido, farei um resumão da mesma, expondo a vocês o que achei…
Voltaremos…
AGNALDO QUINTINO
É administrador, empreendedor educacional, palestrante, gago, surdo e feliz
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