Durante a triste pandemia de Covid-19, em abril de 2020, Marília Mendonça foi a primeira artista a dar um show de inclusão social e também de acessibilidade ao fornecer recursos para o público de pessoas com deficiência pudesse assistir suas apresentações em local mais próximo do palco.
Você aí que pensa que surdos, cegos e outras pessoas com deficiência não gostam de música, está enganado, saiba que gostamos e muito. Inclusive dessa nobre cantora que recentemente (e infelizmente) nos deixou, mas sem antes se tornar uma das mais assistidas em “lives” divulgadas na plataforma de streaming YouTube, e em todos as categorias de gêneros musicais. Além de ser referência no universo sertanejo, Marília também deixou esse belo exemplo de cidadania. Será que por ser tão inclusiva isso a levou a bater o recorde de visualizações? Se é, não sei, mas nós, pessoas com deficiência, tivemos com certeza nossa parcela de contribuição.
Marília Mendonça, além de humilde, carismática, compositora de canções inesquecíveis e maravilhosas nos fez gostar ainda mais dela, pois foi por conta de suas ações de acessibilidade que outros artistas passaram a colocar intérpretes de libras e autodescrição para pessoas com deficiência visual ou cegas em suas apresentações, ou seja, para nos incluir da melhor forma possível em seus eventos. Marília também acolheu as comunidades minoritárias como LGBTQIA+, eternizando-se como uma mulher à frente de seu tempo, sendo também pioneira na adoção de tecnologias assistivas, novamente proporcionando a inclusão de pessoas com deficiência.
Espero que os demais cantores, bandas e artistas em geral tenham Marília Mendonça como exemplo também no tocante à acessibilidade, pois essas atitudes, além de promoverem a inclusão, ainda aumentam o público nos eventos, sem dúvidas.
Os verdadeiros mitos nunca morrem.
AGNALDO QUINTINO
É administrador, empreendedor educacional, palestrante, gago, surdo e feliz
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