Desde 2002 a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é reconhecida por lei no Brasil. Ela é uma língua completa e não uma linguagem. Tem estrutura gramatical própria. É completamente diferente do português e o maior agravante é que, segundo a WFD (Federação Mundial dos Surdos), 80% dos surdos tem baixa escolaridade e grandes problemas de alfabetização. E por não terem boa compreensão do português, eles têm dificuldades de leitura e escrita, dependendo das libras para se comunicar e obter informação.
Outra norma nacional, também importante, é a Lei Brasileira de inclusão (LBI), que entrou em vigor em 2016 e promoveu mudanças que impactaram positivamente na vida das pessoas com deficiência, entre elas a acessibilidade através de libras e o acesso à informação, exigindo que sítios na Internet sejam produzidos respeitando padrões de acessibilidade.
Independentemente da legislação, aceitar as pessoas como elas são é difícil, porém é dever de todos ter empatia para entender como os outros se sentem, sendo necessário, para tanto, conhecer sua condição e realidade.
A título de exemplo, muitos são chamados de “surdo e mudo”, e embora muitos surdos não desenvolvam a fala, é raro acontecer de a pessoa não ouvir e não falar ao mesmo tempo, ou seja, uma circunstância não é sempre consequência da outra.
Há também tipos de surdez, como a minha, onde as pessoas têm perda severa ou profunda no sistema auditivo, seja por doença ou idade, e sua grande maioria faz uso da leitura labial ou usa aparelho auditivo.
Portanto, ao conversar com uma pessoa surda, não é necessário gritar. Nunca grite. Converse tranquilamente que ela entenderá. Da mesma forma não grite ao conversar com uma pessoa que utiliza aparelho auditivo, pois se ela usa esse tipo de dispositivo, com certeza é para ouvir melhor.
AGNALDO QUINTINO
É administrador, empreendedor educacional, palestrante, gago, surdo e feliz
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