Já falamos aqui que que capacitismo significa a discriminação e o preconceito social contra pessoas com algum tipo de deficiência e pode ser relacionado às pessoas com deficiência. assim como o machismo para as mulheres ou o racismo para negros.
Várias expressões são citadas no dia-a-dia por pura falta de informação e, na falta dela, acabam falando e machucando quem está ouvindo.
“Você se faz de cego”. As pessoas usam essa expressão como se o fato de alguém ser cego o impedisse de perceber coisas óbvias e evidentes da realidade justamente pela a incapacidade de ver. Ou seja, frase completamente capacitista. O fato de percebermos o mundo de forma diferente não nos faz menos capazes! Esse tipo de expressão pejorativa incomoda demais e o que as pessoas não sabem é que a deficiência é apenas uma característica, e os maiores problemas não estão relacionados a ela.
“Você se faz de doido”. São os costumes que vêm de séculos, e a gente vai aprendendo desde criança como se esse ditado fosse normal. Vale também para quem fala: fulano deu uma de “João sem braço”. Oi? Como assim?
É preciso ressaltar que “idiota” por muitos anos foi considerado como uma deficiência mental, um desequilíbrio de identidade concentrado no id. Mas, de tanto ser usado como xingamento e devido às descobertas científicas que tornaram a definição insuficiente, parou de ser um termo utilizado para nomear uma deficiência.
“Fulano ou fulana é especial”, tem um filho “especial “. Durante muito tempo, as pessoas usavam essa palavra para “compensar” a deficiência. Hoje, ainda é muito usada e é recomendado sempre não falar essa palavra
Essas expressões estão tão enraizadas em nossa linguagem que nem notamos a intenção por trás do contexto e é melhor usar outra. Dá para dizer que a pessoa está fingindo não perceber ou ver o que acontece olhando para o outro lado, por exemplo. Ignorando os fatos. Passando reto. Não precisa usar expressão que fere uma pessoa com deficiência. Muitas pessoas se negam a aprender e evoluir e seria bom educar a todos sobre um assunto que praticamente não se é falado.
Não use a deficiência como forma de xingamento.
AGNALDO QUINTINO
É administrador, empreendedor educacional, palestrante, gago, surdo e feliz
quintino153@gmail.com