A Secretaria da Sesau (Sesau) enviou material à imprensa nessa quinta-feira, 18, para esclarecer as deliberações da 10º reunião ordinária da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). O encontro veio após a polêmica e repentina mudança de protocolo de atendimento no Hospital Geral de Palmas (HGP), que passou a receber apenas casos graves, enquanto casos de média e baixa complexidade foram orientados a ser encaminhados para unidades regionais (HRs) e de Pronto Atendimento (UPA).
Crescimento constante de atendimentos no Pronto Socorro do HGP
Na ocasião, o diretor técnico do HGP, Luciano Lopes, esclareceu o que motivou a decisão de aplicar domingo, 14, o novo fluxo de referências e contrarreferências de pacientes estabelecido na Portaria 279 de 2018. “Nos últimos três meses constatamos um acréscimo nos atendimentos realizados no Pronto Socorro (PS). No sábado, 13 , havia mais de 130 pacientes sendo atendidos, destes 90 no corredor, o que tornava inviável uma assistência de qualidade e o desempenho do trabalho dos profissionais de saúde. Chamamos a direção da unidade, a equipe técnica da Sesau, como também, o secretário e decidimos limitar a entrada de pacientes de baixa e média gravidade”, resumiu.
Medida extrema, mas rendeu resultados
Apesar de ter sido crítica, Luciano Lopes afirma que a decisão rendeu resultados. “Trata-se de uma medida extrema e resolutiva para melhorar os atendimentos dos pacientes já internados, além de evitar óbitos, o que surtiu efeito em menos de 24 horas, visto que a unidade saiu de 100 pacientes para 30 internados no PS do hospital”, disse o diretor técnico.
Municípios tem ciência do protocolo, que foi adotado para garantir vidas
O secretário estadual da Saúde, Afonso Piva, admitiu que a mudança do protocolo foi repentina, mas destacou a necessidade. “A decisão intempestiva visou a garantia de vidas, pedimos que todos os municípios fiquem atentos à regulação dos pacientes, uma vez que possuímos uma rede de atendimento no Estado, com unidades de saúde municipais, de pronto atendimento e estaduais, com seus fluxos definidos e amplamente divulgados. A Portaria 279 de 2018 foi aprovada aqui na CIB, todos os municípios tem ciência dela e devem segui-la. Os pacientes devem ser atendidos o mais próximo de sua residência, observando-se a sua necessidade e complexidade. O HGP não suporta atender os 139 municípios, mas não negará atendimento a ninguém”, ressaltou.
A falta de comunicação foi resolvida e explicada
O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Tocantins (Cosems), Rondinelly da Silva e Souza, disse que os municípios não são contra a medida. “Anuímos à decisão, na medida do seu objeto e direcionamento, pois a falta de comunicação prévia foi resolvida e explicada. A partir deste momento, vamos fazer nosso trabalho, organizar os atendimentos nos municípios e pedimos que o Estado organize as unidades regionais, visto que elas precisam estar estruturadas para receber nossos pacientes. Dificuldades todos têm, tanto os municípios como o Estado, contudo, o que importa é o atendimento do usuário”, reforçou.
Só generalidades
Após a reunião da CIB, Sesau e Cosems divulgaram nota conjunta, mas sem apresentar nada de concreto sobre a polêmica em torno do fechamento do HGP para alta complexidade. Apenas trataram do tema genericamente.