Autor da ação que interrompeu por cinco dias a eleição da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet), Paulo Lima sequer tem direito a voto no processo, que é reservado apenas aos presidentes dos sindicatos rurais (SR). O pré-candidato à presidência da entidade disputa na Justiça o comando do SR de Alvorada.
Deixou de convocar eleição em Alvorada
Paulo Lima chegou a ter o comando de uma Junta Governista em Alvorada após o mandato da última diretoria ter vencido em fevereiro de 2019. À frente desta espécie de comissão provisória nomeada pela Faet em maio daquele ano, o produtor teria que convocar eleições em 90 dias para formalizar uma direção definitiva, o que não ocorreu. A federação deu uma nova chance para convocação de um processo eleitoral no município em agosto, mas novamente nada foi feito.
Diretoria reconhecida está a cargo de Manoel Alexandre
Sem diretoria instituída desde então, a Faet nomeou uma nova Junta Governista em março deste ano, mas desta vez com Manoel Alexandre de Souza Barros à frente. O produtor efetivamente convocou uma eleição que lhe confirmou na presidência do Sindicato Rural de Alvorada desde 15 de maio, com Ronny Barbosa da Silva como secretário e Gilmar Sampaio da Silva de tesoureiro. Apesar de ser esta a direção reconhecida pela federação, Paulo Lima foi à Justiça contestar esta composição.
Ação de Paulo Lima queria saber da aptidão dos sindicatos para o voto
Curiosamente, a ação proposta contra a eleição da Faet buscava justamente informações sobre a aptidão para votar de cada sindicato. Paulo Lima tenta o comando da federação após romper com a senadora Kátia Abreu (Progressistas), a quem o atual presidente e candidato à reeleição, Paulo Carneiro, é fortemente ligado. Já Lima está no grupo do governador Mauro Carlesse (PSL), de quem é presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec).
O rompimento
Lima foi o mais próximo aliado de Kátia por décadas, até as eleições de 2016, quando a senadora subiu no palanque adversário do filho do ruralista, o atual prefeito Paulo Antônio (DEM). Num comício naquela época, a senadora fez duro ataque ao atual gestor da cidade, o que gerou o rompimento com seu aliado até então. Em 2020, a parlamentar apostou as fichas na candidatura a prefeito do ex-secretário da Saúde Roberto Sampaio (PSD), derrotado por Paulo Antônio, que foi reeleito.