A Secretaria da Saúde do Tocantins (Sesau) confirmou na quarta-feira, 10, o primeiro caso de infecção por febre do Nilo em humanos em Caseara. O paciente está internado no Hospital Geral de Palmas (HGP) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além do caso confirmado, segue internado na mesma unidade hospitalar, um suspeito, por avaliação clínica, por apresentar os mesmos sintomas e ser irmão do infectado.
ENTENDA
A Febre do Nilo Ocidental é uma doença febril aguda causada por um arbovírus do gênero Flavivírus. O vírus é transmitido, principalmente, pela picada de mosquitos do gênero culex – conhecido como pernilongo ou muriçoca – infectados, e tem como reservatório aves silvestres, conforme informações do médico veterinário Anderson Bandeira. “Não há transmissão da doença de humanos para humanos e o Tocantins é o segundo estado brasileiro a registrar casos em humanos. O primeiro foi em 2014, no Piauí”, acrescentou. Os principais sintomas são febre aguda de início abrupto, frequentemente acompanhada de mal-estar, náusea, vômito, manchas vermelhas na pele e dores nos olhos, de cabeça e muscular. Caso eles continuem por 14 dias após a picada do mosquito, a pessoa pode desenvolver encefalite, meningite e síndrome de Guillain-Barré.
CASO É TRATADO DE FORMA COORDENADA
Superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Perciliana Bezerra falou sobre a situação pela assessoria da pasta. “Para a segurança e tranquilidade da população, a Secretaria da Saúde está tratando o caso de forma coordenada. Já iniciamos as ações de vigilância em saúde para a prevenção e controle, de forma articulada e integrada com o Ministério da Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde de Caseara e o Instituto Evandro Chagas, que é nossa referência para diagnóstico da doença. Além disso, já marcamos reuniões com os órgãos de Governo relacionados, que são Meio Ambiente e Adapec, e emitiremos alerta aos 139 municípios”, afirmou.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da doença é realizado por meio de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) de Soro ou Liquor Cefalorraquidiano (a partir do 1º ao 5º dia de sintomas) ou Sorologia (coletado a partir do 5° dia após o início dos sintomas). As amostras dos pacientes coletados no Tocantins são enviadas para o Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA), que é a referência em diagnóstico, para a região Norte do país.
TRATAMENTO
Envolve hospitalização, reposição intravenosa de fluídos, suporte respiratório e prevenção de infecções secundárias. “Não há uma conduta específica para a Febre do Nilo, o tratamento oferecido é baseado nos sintomas apresentados pelos pacientes. Vale destacar que a maioria dos casos registrados até o momento, em todo o mundo, se apresentam de forma leve e acabam sendo tratados como as demais arboviroses. Menos de 1% dos casos apresentam a forma grave, como a que estamos registrando aqui no Tocantins”, destacou o médico infectologista, Flávio Milagres.
PREVENÇÃO
Ainda não existe vacina contra a doença. Os cuidados passam por uso de repelentes; telas nas janelas; cortinas nas camas; limpeza constante em quintais e nos arredores das casas, para evitar a proliferação de mosquitos e o uso de roupas de proteção ao adentrar as matas.