A eleição para a sucessão da diretoria do Sindicato dos Servidores Público do Estado (Sisepe) acontece no 17 de março. O edital de divulgação de registro das chapas foi publicado na segunda-feira, 19, no Diário Oficial do Tocantins. Três grupos disputam o comando da entidade. Atual presidente, Cleiton Pinheiro busca a reeleição pela terceira vez. A oposição apresenta dois candidatos: Marcos Roberto Santos e Ana Cibele Ferreira Chaves.
O prazo para pedidos de impugnação de registro das chapas ou de um de seus componentes foi encerrado às 21 horas desta terça-feira, 20. O CT acionou o Sisepe para conferir se algum processo foi aberto, mas ainda não obteve resposta. Com a divulgação do edital, a propaganda eleitoral foi liberada, mas visando exclusivamente a divulgação dos grupos, dos nomes dos seus integrantes, do programa e da plataforma de trabalho, sendo vedada ofensas pessoais, difamatórias ou caluniosas.
“Continuidade”
Presidente do Sisepe há mais de dez anos, Cleiton Pinheiro busca novamente a reeleição apostando na continuidade do trabalho que vem realizando à frente da entidade. O sindicalista revela ter boa expectativa em relação à campanha. “A gente espera que seja limpa, feita dentro do que a gente prega, que é a questão da participação mais efetiva dos servidores”, comentou.
Ao CT, Cleiton Pinheiro se colocou como o “melhor candidato” por não ter vínculo com qualquer administração. “Sou o único que tem se desprendido dos governos. Não tenho vinculação com o Estado”, garantiu. Aliado a isto, o presidente aproveitou para falar das políticas de transparência implantadas.
O presidente citou a disponibilização da previsão orçamentária aos associados e o cumprimento da prestação de contas, apresentada inclusive por meio de cartilha. “O único presidente de sindicato do Tocantins que faz este tipo de material. A gente quer que associado fique com isso e memorize para cobrar a gente depois”, argumenta.
Avanços e conquistas da categoria também foram exaltadas. Presidente do Sisepe desde 2007, Pinheiro destaca que a implantação da data-base para o funcionalismo só aconteceu em 2008, mesmo existindo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) favorável a implantação do direito desde 1993. “O presidente anterior tinha vinculação com o governo e por isso não incomodava”, justificou. O sindicalista afirmou também que foi responsável por ampliar os níveis de progressão da categoria.
Sobre os desafios a serem enfrentados, o presidente coloca na lista a luta pela manutenção dos direitos do funcionalismo. “Não admitimos que o governo venha mexer na carreira do servidor”, sintetiza o presidente. Outra briga salientada por Cleiton Pinheiro é o reajuste de 25% para a categoria. O aumento foi concedido em 2007, mas questionado pelo Estado. No ano passado, o Supremo confirmou a legalidade da revisão. “O Estado perdeu, não tem como mudar mais. Agora é só questão de tempo. Nossa defesa é fazer que os próximos governos cumpra”, alega.
Apesar de estar buscando o quarto mandato, Cleiton Pinheiro nega haver “continuísmo”. Isto porque a chapa que encabeça, a “Unidos em Defesa do Servidor”, é 70% formada por nomes novos, segundo alega. O sindicalista garante que a indicação do seu nome foi apenas um consenso do grupo.
Renovação
Nome da chapa “Renova Sisepe: Pela Moralização e Direitos do Servidor”, Ana Cibele defendeu mudanças no comando da entidade, e se coloca como única representante desta bandeira. “Espero que a campanha seja um debate de alta qualidade. Sabemos que a única chapa de oposição é a minha, onde todos os componentes nunca foram membros da direção”, disse em referência a Marcos Roberto, que já fez parte da administração de Cleiton Pinheiro.
Ana Cibele garantiu que a candidatura está sendo “muito bem aceita”. “Todos os servidores estão gostando. Nossa chapa nasceu da união. Nós entramos na campanha pela renovação, por um sindicato mais participativo, que apoia os servidores”, afirmou a candidata.
O fim da reeleição é uma das principais propostas da chapa “Renova Sisepe”. Ana Cibele ainda pretende reduzir, no mínimo, pela metade as verbas de representação dos diretores. Segundo os cálculos da candidata, o presidente da entidade recebe mais de R$ 10 mil para representar a categoria, sem contar o que já recebe do Estado. “Isto é vergonhoso. Acho que todo mundo merece [o recurso], porque a gente tem desgaste, mas que seja algo com responsabilidade”, concluiu a oposicionista, garantindo mais transparência e a instalação de uma ouvidoria.
O CT acionou Marcos Roberto Santos, mas o candidato da chapa “Transparência, Trabalho e Respeito ao Servidor” não quis fazer qualquer comentário antes do resultado dos pedidos de impugnações. O postulante à presidência do Sisepe afirmou que vai se manifestar por meio da assessoria posteriormente.