O Tocantins se encontra entre os Estados em que o ritmo da vacinação infantil contra covid-19 é mais lento. Além dele, outras 18 unidades da Federação demonstram lentidão na imunização de crianças. Nota técnica do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada nessa quarta-feira, 16, considerando a primeira dose, diz que o processo está mais lento nos Estados onde o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a esperança de vida ao nascer são menores.
Apenas 14,64% das crianças do TO
Conforme a Fiocruz, apenas 14,64% das crianças tocantinenses foram vacinadas até agora, enquanto no Distrito Federal o índice é de 34,63%, no Rio Grande do Norte de 32,6%, no Paraná 28,57% e em São Paulo de 28,1%. A média nacional é de 21%.
3º do Norte
Na região Norte, o Tocantins perde para Amazonas (15,81%) e Roraima (14,82%). Mas ganha de Amapá (5,35%) — o menor índice do País —, Acre (8,27%), Pará (11,69%) e Rondônia (13,25%).
Palmas acima da média nacional
Já Palmas é colocada pela nota técnica entre as capitais brasileiras com ritmo acima da média nacional, com 24,84%, o terceiro melhor resultado da região Norte — atrás de Belém (38,64%) e Manaus (26,33%). As outras capitais da região estão abaixo da média do País.
Melhores
O melhor resultado é o de Curitiba (PR), com 51,92%, seguido por Aracaju (40,59%) e Belém (38,64%).
Piores
Os piores resultados são de Campo Grande (1,58%), Macapá (1,62%) e Recife (1,94%).
Vulnerabilidade social
Os pesquisadores do Observatório Covid-19 da Fiocruz avaliam que o cruzamento dos indicadores sociodemográficos com a cobertura vacinal de cada Estado produz um forte indício de que a vulnerabilidade social determina a aplicação das doses em crianças. Esse cenário de desigualdade entre as unidades da federação acaba por afetar mais os estados em que há maior proporção de crianças na faixa etária que deve ser vacinada, de 5 a 11 anos, acrescentam.
Fake news geram resistência
Para a Fiocruz, a difusão de notícias falsas tem provocado resistência das famílias sobre a eficácia e segurança da imunização para esta faixa etária, apesar de todas as evidências científicas disponíveis. “A consequência deste processo é a lentidão na cobertura vacinal de primeira dose das crianças. E o contexto não poderia ser mais preocupante: o retorno das atividades escolares presenciais”, afirma o texto.
Só no caso da covid-19
Os pesquisadores ponderam que o movimento antivacina no Brasil tem uma característica diferente de outros locais do mundo, pois levanta dúvidas apenas sobre a vacina contra a covid-19. “Mais do que nunca, cabe o devido esclarecimento à sociedade civil, com linguagem simples e acessível sobre a importância, efetividade e segurança das vacinas, envolvendo a responsabilidade de todos os níveis de gestão da saúde no país (federal, estadual e municipal).” (Com informações da Agência Brasil)