Dizia o ilustre Hélio Fernandes que jornalismo é oposição. Jornalismo só serve para confrontar pensamentos. Incluir novas interpretações. Adicionar ingredientes de pontos de vista diferentes. Sim, é claro que o jornalismo é informativo, mas, segundo Hélio Fernandes, a informação jornalística deve sempre estar acompanhada de uma interpretação crítica que aguce a inteligência do leitor. Caso contrário, segundo ele, a imprensa é propaganda.
Pois aqui me vejo sem críticas e com regozijo. Com imensa e indescritível felicidade. Nada tenho a criticar de um governo que providenciou cinco mil bolsas de estudo universitárias para alunos egressos do ensino médio e moradores de cidades do interior do Tocantins, que não precisarão interromper seus estudos. Não precisarão abandonar seus sonhos por carência econômica. Essas bolsas cobrem educação no ensino privado e já há uma boa rede de faculdades e universidades privadas no Tocantins.
Esse é um drama de gerações e gerações. Parar de estudar no ensino médio por total falta de condições e de opções. É claro que já existem o Prouni e o Fies do governo federal, mas há um limite de vagas e o Programa de bolsas do Tocantins vem suprir essa necessidade.
Esse também é o estilo de governo do Estado do Tocantins. Estar atento às necessidades sociais e procurar implantar soluções que respondam com eficiência àquelas necessidades. O Tocantins tem a obrigação moral de estar à frente das políticas públicas de desenvolvimento no Brasil, sendo o mais jovem entre os entes federados.
Uma entre as primeiras medidas do governo do Tocantins em 1989, com a capital ainda provisória em Miracema, foi a escolarização da merenda. A descentralização dos recursos da merenda escolar para cada unidade escolar. E com a recomendação de aquisição em produtores locais. Na época uma política inovadora.
Foi o Tocantins também, o primeiro estado a descentralizar recursos para as escolas públicas com o Programa de Escolas Autônomas de Gestão descentralizada, projeto da competente professora Nilmar Ruiz enquanto Secretária de Educação do Estado.
Ser o mais novo ente entre as unidades federadas do Brasil, nos obriga a uma modernidade ideológica, espiritual. Todos esperam nossas novidades. Todos querem conhecer e admirar o estado mais jovem do país. Querem saber do que ele é capaz tendo emergido da mais profunda miséria.
Então, o Tocantins carrega em seu tônus cultural, anímico, um sentido de ousadia em sua sentimentalidade. Ousadia. Mais do que coragem. Uma persistência atávica. Os anos de luta nos legaram uma enérgica capacidade de superação.
Por um passado de sofrimento e lutas, fomos obrigados a correr atrás do futuro, contudo, chega o momento de representarmos o futuro. De sermos nós o próprio futuro.
Então temos cinco mil bolsas para que nossos filhos não parem de estudar no ensino médio morando no interior do estado. Maravilha.
Espero que o Programa seja ampliado nos próximos anos.
Uma política ousada de ascensão social.
ALEXANDRE ACAMPORA
É escritor, documentarista e fotógrafo.
alexandreacampora@gmail.com