A Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) está promovendo ações para conscientizar e prevenir o suicídio nas aldeias indígenas tocantinenses. Enquanto o Brasil registra 5,7 óbitos desse tipo a cada 100 mil habitantes, o índice é de 15,2 na população indígena, quase o triplo.
Enquanto na população brasileira em geral os adultos de 20 a 39 anos respondem pela maior proporção dos registros de suicídio, a maioria das mortes entre os índios ocorre numa faixa etária muito mais jovem, de 10 a 19 anos. “Isso pode ser explicado pelas dores causadas pelo choque de tradições culturais indígenas e a cultura do homem branco. O autoextermínio indígena é um pedido silencioso de socorro”, supõe o gerente de Proteção dos Povos Indígenas, Sitbro Xerente.
As visitas começarão na sexta-feira, 7, na Aldeia Brejo Cumprido, em Tocantínia, e nos dias 13 e 14 na Aldeia Santa Isabel, em Formoso do Araguaia. A Diretoria de Direitos Humanos e da Gerência de Proteção dos Povos Indígenas faz parte da causa.
As visitas poderão contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, assistente social e educadores. No período da manhã, a programação traz palestras sobre a prevenção ao suicídio. Já no período da tarde, os indígenas participarão de atividades culturais locais, como a corrida de tora de buriti e a realização das danças tradicionais.
“Essa mobilização é importante para a prevenção, para que não venha a se tornar algo recorrente. Vamos atender, nesse primeiro momento, as etnias Xerente e Karajá”, disse Sitbró Xerente, lembrando que no Tocantins são poucos os casos de suicídio entre os povos indígenas. Mas, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade por suicídio entre indígenas é quase o triplo da média nacional.
Desde 2015, o Centro de Valorização da Vida (CVV) escolheu o mês de setembro, identificado com a cor amarela, para trazer o diálogo sobre suicídio para a sociedade, por meio da conscientização e prevenção. “Para que possamos evitar suicídios, o diálogo é o primeiro passo. É preciso que as pessoas saibam que não estão sozinhas e podem buscar ajuda”, explica a diretora de Direitos Humanos da Seciju, Sibele Letícia Biazotto.
Prevenção
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo por ano. Isso representa uma morte a cada 40 segundos, e saber reconhecer os sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo pode ser o primeiro e mais importante passo para salvar uma vida. Nesses casos, incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais do serviço de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento.
Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa. Se a pessoa com quem você está preocupado vive com você, assegure-se de que não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.
Onde procurar ajuda?
É possível buscar ajuda no Serviço de Saúde por meio do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) presentes nos municípios. O Disque 100 e o Disque 188 também podem auxiliar e funcionam diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. Em casos de emergência, é possível contatar o SAMU pelo Disque 192 e procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s), Pronto Socorros e Hospitais.
A ação nas aldeias tocantinenses neste mês de setembro é realizada pela Seciju, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Secretaria de Estado da Educação Juventude e Esportes (Seduc), o Núcleo Acolher e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). (Com informações da Assessoria de Imprensa)