Zacarias Martins
Da coluna Livros & Cia / Especial para a Coluna do CT
O jornalista e escritor Cleber Toledo, diretor executivo da Coluna do CT, lançará em Gurupi na quarta-feira, 27, seu novo livro, “A noiva e outros contos políticos” (Editora Veloso). O lançamento será no Centro Cultural Mauro Cunha, às 19 horas. O evento conta com o apoio da Secretaria Estadual da Mulher e da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania. Os organizadores pedem para que se leve um brinquedo de doação para o projeto Arthur e Nina. A obra foi lançada no dia 17 de agosto em Palmas e no dia 14 de setembro em Araguaína.
Toledo afirmou que no novo livro as pessoas vão encontrar uma reflexão sobre a prática política em diversos contextos e situações. “Tenho dito que não é uma apologia da não-política, que nos jogou no buraco dos últimos quatro anos, mas antes uma reflexão sobre a prática política mais tradicional, marcada pelo clientelismo, pelo patrimonialismo, a política simplesmente, como muitas vezes ocorre, como mero negócio de ambos os lados, do eleitor e do político”, explicou o escritor.
Para ele, há outro caminho possível para uma política que possa contribuir para o desenvolvimento humano e social, em que a cidadania, o interesse público e a redução das desigualdades sejam o foco.
NARRADOR DE MÃO CHEIA
No prefácio do livro, o professor Pedro Albeirice da Rocha, doutor em literatura e professor do campus de Araguaína da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), avalia que o trabalho de Toledo como jornalista o credenciou “a ser uma referência no colunismo de nosso Estado”. “O que eu não sabia (descobri não faz muito tempo) é que ele é um narrador de mão cheia”, surpreende-se o especialista. “Tenho, há cerca de três anos, o privilégio de ler e opinar sobre o trabalho de ficção curta de Cleber Toledo e, a cada conto, vou tecendo dentro de mim a certeza de que estamos diante de um conhecedor da arte de narrar.”
O livro já está disponível na livraria Leitura, no Capim Dourado Shopping.
PERFIL DO AUTOR
Jornalista desde 1992, Cleber Toledo é formado em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), de Presidente Prudente (SP), onde também lecionou. Já atuou em jornais do Paraná, São Paulo e Tocantins, exercendo as principais funções. No Tocantins, foi professor do curso de Publicidade e Propaganda das faculdades Objetivo. De 2003 a 2005 lecionou no Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra), nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda.
Em 12 de março de 2005, criou o blog Clebertoledo.com.br, que originou a atual Coluna do CT. No dia 16 de dezembro de 2009, Cleber Toledo recebeu, da Assembleia Legislativa, o título de Cidadão Tocantinense; no dia 10 de setembro de 2010, a medalha Pedro Ludovico Teixeira, a mais alta comenda da Assembleia Legislativa de Goiás; e, no dia 26 de abril de 2019, o título de Cidadão Gurupiense, concedido pela Câmara de Gurupi.
É autor de “Contos que te conto” (1995) e “2018 – crise fiscal, política e 3 eleições” (Editora Veloso, 2020), lançado em novembro de 2020. Ainda participou com contos do “Anuário de Escritores e Poetas do Tocantins (Editora Veloso, 2021 e 2022).
Confira em primeira mão um trecho do conto “A noiva”, que dá nome ao livro:
“Olhares curiosos, pensamentos profusos, sussurros impróprios, risos maliciosos e acenos servis e refolhados. Em meio à tormenta, deslizou num pisar vagaroso e silente sobre o carpete azul-anil. Interrompeu o andar e cumprimentou, num crispar nervoso da mão e olhar fuzilante, o secretário de Estado que ouviu claramente dizer ‘sempre querendo parecer mais importante’. Deu um abraço melífluo na prefeita interiorana que aproveitou sua aproximação e agradeceu a emenda parlamentar para a creche que a cidade tanto clamava.
Atravessou o corredor em busca do ex-prefeito camuflado atrás das cabeças. Sumido desde a traição da última campanha eleitoral. Saudou o sorridente assessor de prefeitura na primeira cadeira, lançou um meigo olhar para o encorpado advogado ao lado e puxou num terno abraço o assustado infiel, que, sem reação, tremeu ao cicio: ‘Nos reencontraremos por aí’”.