Cercada de muita emoção, a separação de 63 anos entre Maria José Batista, 93 anos, e seu filho Veridiano Batista chegou ao fim por volta das 16 horas de quarta-feira, 25, em Dianópolis. De acordo com Maria Aparecida Cordeiro dos Santos, que resolveu aquietar o coração da idosa, ambos estavam visivelmente emocionados. “A meu ver esse reencontro veio fechar uma lacuna de anos de procura por parte da família; ela pode rever o filho e explicar suas razões de ter fugido. Os dois dias que ele ficou aqui (Dianópolis), ele não saiu nenhum momento do lado da mãe. Era como se quisesse recuperar o tempo que ficou distante”, disse.
Em entrevista concedida ao CT no dia 19, Maria Aparecida contou que Maria José, fugiu de casa, em 1955, com seu cunhado Felipe Carlos de Oliveira, ex-marido de uma irmã dela. “Na época, ela tinha 30 anos e trabalhava na roça da Fazenda São Joaquim e ele, que era vaqueiro na Fazenda Maribondo, tinha 53 anos. Ambas localizadas em Formoso (MG)”, contou.
Sem mágoas
Sem saber que o filho não guardava mágoas e que tinha conhecimento dos maus-tratos que ela recebia do seu pai, Maria José recebeu muitos abraços. “Não guardo mágoa da minha mãe, pois sabia que ela sofria muito com os maus-tratos do meu pai. Estou muito feliz de tê-la encontrado ainda viva, já tinha perdido as esperanças de revê-la, pois todas as notícias que eu tinha eram falsas. Logo que soube dela, eu estava no Rio de Janeiro e queria pegar um avião para vir logo vê-la”, contou o filho muito emocionado.
De acordo com Maria Aparecida, durante um jantar de confraternização realizada em sua casa, o filho contou ainda que o pai era “muito ignorante” e relembra que ele o mandava bater nas pernas da mãe com uma vara de taboca e, se ele se recusasse a fazer, ele apanhava.
A amiga relatou que, além do filho, o neto Romeu Batista Neres e um amigo da família também marcaram presença no encontro. “Apesar de poucos neste primeiro encontro, ele foi muito emocionante e especial. Eles abraçaram muito ela. O neto disse que naquele dia estava realizando um sonho que era dele e do pai, que já tinha morrido. Ele disse ainda que seu pai nunca desistiu de encontrá-la e que a procurava nas cidades onde ele tinha notícias que ela estava. Não pudemos conter as lágrimas, ver uma mãe abraçar seu filho depois de 63 anos. Ele dormiu com tia Maria em sua casa, não se separou dela enquanto esteve aqui. Foi tudo muito lindo”, garantiu.
Novo encontro
Maria Aparecida contou que a família está organizando para o mês de agosto uma festa em família no município de Formoso (MG), para todos comemorarem juntos. ”Nós iremos com tia Maria para essa festa. Eu, pessoalmente, estou grata a Deus por ele me ter proporcionado fazer parte desta linda história. Recentemente eu perdi um filho, ver uma mãe reencontrar o filho e abraçá-lo, encheu meu coração de alegria, era como se eu abraçasse meu filho novamente. Foi muito especial para mim”, contou muito emocionada.